quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Espírito de Bolaños Chaves apareceu em seu próprio funeral assustando fãs


Um vídeo gravado no funeral de Roberto Bolaños, o eterno “Chaves”, está fazendo sucesso na Internet - e também assustando alguns fãs.

Na gravação, podemos ver algo que se parece com um vulto e que muitas pessoas acreditam ser o próprio espírito do ator. Segundo o UOL, o vídeo chegou a repercutir em alguns veículos da imprensa mexicana.

O comediante Roberto Gómez Bolanõs, protagonista das séries Chaves, Chapolin e Chesperito, faleceu no dia 28/11. Ao longo de sua carreira, Bolaños escreveu e adaptou 50 roteiros, além de ter atuado em 11 filmes. O ator tinha 85 anos, lutava contra diabetes e respirava com ajuda de aparelhos desde o dia 10/11.

O vídeo, que foi publicado no mesmo dia do velório (30/11), já foi visto mais de 200 mil vezes.

Assista abaixo e tire suas próprias conclusões. E aí, era ou não o espírito de Chespirito em seu velório?

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Supernatural S01E08 Insetos

Oasis Plains, Oklahoma.

Em um terreno vazio, construtores trabalham em uma casa nova. Dois deles, mas da compania de gás, estão mais afastados cavando terra.

– Essas casas são demais. Eu adoraria viver aqui. – comenta Travis.

– É, pena que não pode pagar. – diz Dustin.

– É... Tem razão. Esse bairro vai ser muito caro quando acabarmos. – concorda Travis. Em seguida Dustin começa a andar na direção de uma árvore, nisso ele sente que o chão começa a tremer. Ele abaixa e o toca, curioso.

– Cara, esse lugar é perfeito. – comenta novamente Travis. Em seguida um mosquito vem em seu pescoço e o pica, ele o mata com a mão rapidamente. – Ai... A não ser pelos mosquitos.

De repente ele ouve o grito de Dustin junto com o som de terra caindo. Travis olha na direção em que o amigo estava e vê que uma parte do chão despencou.

– Dustin?! – grita ele e corre até o amigo.

– Me ajude, estou preso! – diz o rapaz no fim do buraco. – Quebrei meu tornozelo.

– Vou pegar uma corda. – diz o amigo corre para a caminhonete em que vieram.

No buraco.

– Droga... – reclama Dustin. Ele ouve um som, olha para os lados e se assusta. Há milhares de insetos à sua volta e em sua perna. Ele os tira rapidamente. – Deus.

Travis pega uma caixa de ferro e coloca no chão, a abre e pega a corda. Os insetos começam a subir em Dustin. Seu corpo é coberto por eles.

– Travis, socorro! – grita Dustin.

– Já estou indo! – grita o amigo assustado. Os insetos começam e entrar no ouvido de Dustin que se apavora mais.

– Rápido Travis, socorro! – grita Dustin.

– Está tudo bem Dustin, tudo bem! – Travis grita de volta correndo até o buraco com uma corda e uma lanterna. – Dustin, Dustin, estou aqui!

Este ilumina o buraco.

– Meu Deus! – diz Travis apavorado quando encontra o amigo lá em baixo. Dustin está morto com o rosto cheio de sangue. Os insetos entraram em sua boca, ouvidos, olhos e nariz.

...

À noite em um bar cheio de motoqueiros e caminhoneiros, Sam lê o jornal local com a notícia da morte de Dustin, enquanto Jane bebe uma cerveja ao seu lado. Em seguida Dean vem até eles com uma risada, ele mostra uma quantidade de dinheiro.

– Sabe, a gente podia arranjar empregos de vez em quando. – diz Sam.

– Caçar é o nosso emprego e a grana é uma porcaria. – comenta Dean.

– É, mas apostar no bilhar, pôquer? Não é a coisa mais honesta do mundo, Dean. – diz Jane.

– Vamos ver. Honestidade... – diz Dean e mostra a mão sem grana e em seguida a com grana. -... Diversão. Nem tem o que contestar... Além do que nós fomos criados para isso. – Diz Dean.

– Como fomos criados não tem nada a ver com isso. – diz Sam. Os três se levantam e vão até o Impala.

– Até parece. Temos um novo caso ou não? – pergunta Dean ao irmão.

– Talvez. – responde Sam. – Oasis Plains, Oklahoma.

– Empregado da compania de gás. – diz Jane. - Dustin Burwash. Supostamente morreu de Creutzfeldt-Jacob.

– O que? – pergunta Dean.

– Doença da Vaca Louca. – explica Sam.

– Vaca Louca? Isso não passou na Oprah? – pergunta Dean.

– Você assiste Oprah? – perguntam Sam e Jane com uma cara bizarra para ele. Dean não fala nada sem saber o que fazer.

– Esse cara deve ter comido carne estragada... O que tem isso a ver com a gente? – pergunta ele mudando de assunto.

– Vaca Louca causa degradação do cérebro. – explica Jane. – Demora meses ou anos para a doença aparecer, mas parece que o cérebro de Dustin, desintegrou em cerca de uma hora... Até menos.

– Ok, é válido. – diz Dean.

– Pode ser uma doença ou algo bem pior. – comenta Sam.

– Ok... Vamos para Oklahoma! Trabalho, trabalho e mais trabalho. – diz Dean. Os três entram no carro. – Sem tempo para gastar a minha grana.

Dean liga o Impala e eles vão para Oasis Plains. Chegam no dia seguinte de manhã. Os três vão até a compania de gás em que a vítima trabalhava.

– Travis Wheeler? – pergunta Sam a um rapaz no estacionamento.

– Sim, sou eu. – ele responde.

– Você trabalhou com nosso tio Dustin? – mente Dean.

– Ele nunca mencionou ter sobrinhos. – comenta Travis.

– Sério? – pergunta Jane. – Ele nos falou de você... Disse que era o melhor.

– Ele disse? – pergunta Travis feliz com o elogio.

– Queríamos perguntar o que aconteceu naquele lugar. – continua ela.

– Não sei. – responde Travis. – Ele caiu no buraco, eu fui pegar uma corda no caminhão... E quando voltei...

– O que você viu? – pergunta Sam.

– Nada... Só ele. – responde Travis.

– Nada estranho, ou qualquer outra coisa? – pergunta Dean.

– Ele estava sangrando pelos olhos, boca, orelhas e nariz. – responde Travis.

– Acha que pode ser Vaca Louca? – pergunta Jane.

– Não sei... É o que os médicos dizem. – responde Travis.

– Se fosse, ele agiria estranho como demência e falta de controle. Você notou alguma coisa do tipo? – pergunta Sam.

– Não, nada. Mesmo assim... Se não foi essa doença, o que poderia ter sido? – pergunta Travis.

– Boa pergunta. – diz Dean.

– Pode nos contar onde isso aconteceu? – pergunta Jane ao rapaz.

– Claro. – ele responde.

Um tempo depois os três vão ao lugar indicado.

Em uma das esquinas há um cartaz que diz ‘’ Casas de Luxo – Oasis Plains – À venda ‘’. Ao redor do buraco que Dustin caiu há uma fita para que ninguém ultrapasse e caia.

– O que vocês acham? – pergunta Dean enquanto os três se aproximam do buraco e ultrapassam a fita.

– Eu não sei, mas acho que Travis está certo. – comenta Sam. – Aconteceu muito depressa.

– E então? Alguma criatura mastigou o cérebro dele? – pergunta Dean olhando o fundo do buraco.

– Não pelo modo tradicional. – responde Jane olhando no fundo do buraco. – Parece que isso veio de dentro.

Dean pega uma lanterna e ilumina o interior do buraco.

– Parece que só tem lugar para um. – comenta Sam.

– Sam, quer tirar cara ou coroa? – pergunta Dean pegando uma moeda do bolso direito da calça e colocando uma corda no ombro.

– Ei! Eu também quero entrar nessa. – reclama Jane.

– Nós nem sabemos o que pode ter lá em baixo. – diz Sam aos dois. Dean concorda com ele.

–Tá bom, eu vou se vocês dois estiverem assustados. – diz Jane pegando a corda do ombro de Dean e ultrapassando novamente a fita amarela. – Assustados?

– Nem pensar. – respondem Sam e Dean a ela.

– Você fica e eu e Dean vamos tirar cara ou coroa. – diz Sam a ela. Jane da uma risada sarcástica para ele. Dean joga a moeda para o alto, mas Jane a pega no ar.

– Eu disse... Que eu vou. – diz ela.

– Tudo bem. – diz Dean.

– O que? Não... Dean pode ser perigoso. – reclama Sam. – Jane, o que você tem na cabeça? Está sempre se arriscando.

– Eu te respondo o que eu não tenho. – diz Jane a ele. – Medo.

Dean contém um riso e Sam o olha nervoso.

– Só não me deixem cair. – continua Jane com um sorriso para eles.

...

Um tempo depois dentro do Impala.

– Então você encontrou alguns besouros no buraco... Chocante! – diz Dean nervoso. Jane continua mexendo no inseto no banco de trás.

– Não havia túneis, nem rastros. Nenhum sinal de outra criatura ali. – comenta Jane. – Alguns besouros comem carne. Claro que carne morta, mas...

– Só encontrou esse besouro lá? – pergunta Dean.

– É. – ela responde..

– Acho que precisaria de muito mais para comer o cérebro de um cara. – comenta Dean.

– Talvez haja mais. – diz Sam.

– Não sei, parece muito esforço para mim. – diz o irmão.

– Precisamos de mais informação na vizinhança. – diz Sam. – Ver se algo como isso já aconteceu antes.

Dean olha fixamente para uma casa enquanto dirige o carro lentamente.

– O que foi? – pergunta Sam.

– Acho que sei um bom lugar para começarmos. – comenta Dean. Na frente de uma casa há balões vermelhos pendurados com uma placa ao lado dizendo ‘’ Churrasco comunitário. ’’. – Estou com vontade de um churrasco... E vocês?

Sam o olha, nervoso.

– O que? Não podemos falar com os moradores? – pergunta Dean a ele.

– E comida grátis não tem nada a ver com isso? – pergunta Sam desconfiado.

– Claro que não, sou um profissional. – reclama ele.

– Claro. – dizem Sam e Jane juntos. Dean para em frente à casa e eles descem do carro.

– Se eu morasse num lugar como esse, eu estaria louco. – diz Dean.

– Por quê? – pergunta Sam.

– Sua mulher chega da manicure e pergunta ‘’Como foi seu dia, querido?’’. – responde Dean. – Explodiria o meu cérebro.

– Não tem nada de errado em ser normal. – comenta Jane.

– É... Acho que nós três somos mais normais a cada dia. – diz Dean. Em seguida ele bate na porta da casa de onde vem um cheiro maravilhoso de espetinho.

– Bem vindos. – diz o homem que atende a porta.

– Aqui é o churrasco? – pergunta Dean.

– Sim. O tempo não está tão bom, mas... Eu sou Larry Picke, o desenvolvedor do projeto. – diz o homem e aperta a mão deles. – Vocês são...

– Dean e esses são Sam e Jane. – apresenta Dean.

– Prazer em conhecê-los. – diz Larry. – Então, estão interessados em Oasis Plains?

– Sim, senhor. – responde Dean pelos três.

– Deixem-me dizer... Aceitamos pessoas de qualquer raça, religião, orientação sexual...– diz Larry olhando para Jane com intensidade.

– Nós três somos irmãos. – responde ela.

– Nosso pai vai se mudar em alguns anos e estamos procurando um lugar para ele ficar. – continua Sam..

– Claro, claro. Ele será bem vindo. – diz Larry. – Entrem.

Eles vão para o quintal onde muitas pessoas colocam o papo em dia e sorriem umas para as outras..

– Você disse que é o desenvolvedor? – pergunta Jane a Larry.

– 18 meses atrás eu estava andando por aqui com o meu sócio. – explica ele. – Não tinha nada a não ser pequenas árvores e esquilos. E construímos um lugar ótimo para se viver. Eu até construí um para mim. Essa é a nossa casa. Somos a primeira família em Oasis Plains. Esta é a minha esposa Joanie.

Larry apresenta uma moça loira, alta nos seus 40 anos. Ela lhes da um sorriso e eles devolvem outro.

– Muito prazer. – diz Joanie.

– Eu sou Jane e esses são Sam e Dean. – diz Jane apertando a mão da mulher.

– Querida, diga o quanto gosta desse lugar. – pede Larry à mulher. – E se tiver que mentir, minta. Eu preciso vender algumas casas.

– Certo. – diz Joanie com um sorriso.

– Se me dão licença. – diz Larry a eles, e se retira.

– Não deixem a tática dele de venda assustar vocês. – diz Joanie. – É mesmo um ótimo lugar para viver.

– Olá, eu sou Linda Bloom, corretora. – diz uma mulher se juntando a eles.

– Linda, foi a segunda a se mudar. – explica Joanie. – Aliás, ela é uma vizinha muito barulhenta.

Em seguida, Joanie se retira e Linda da uma risada com a brincadeira.

– Ela está brincando. – diz Linda envergonhada. – Eu espero que vocês três se tornem nossos vizinhos.

– Bem... – começa Dean.

–Sim... – começa Sam também ao mesmo tempo.

– Deixe-me dizer que aceitamos pessoas de qualquer raça, religião... – começa a mulher.

– Nós somos irmãos. – interrompe Jane nervosa.

– Não, não... Tudo bem Jane. – diz Dean a ela e depois se vira para Sam. – Eu vou falar com o Larry. Tudo bem, querido?

Dean se retira e vai para dentro da casa. Sam se vira para ele nervoso.

– Ele estava brincando. – explica ele a Linda que lhe da um sorriso simpático.

...

Dentro da casa.

– Temos três opções. Carpete, madeira ou piso frio. – diz Larry a Dean. Este vê um pote de vidro cheio de insetos se mexendo em cima de uma das mesas.

– Nossa, alguém gosta de insetos. – comenta.

– Meu filho. Ele estuda insetos. – explica Larry. – Ele é muito... Curioso.

...

No jardim Linda, Sam e Jane continuam conversando.

– Quem pode dizer não a um chuveiro a vapor? Eu uso o meu todo o dia. – Linda diz a eles.

– Parece ótimo. – diz Sam parecendo entediado.

– Vocês também podem escolher três tipos de metal. – continua Linda. De repente Jane olha para o lado da moça. Na mesa em que Linda está apoiada uma aranha caranguejeira vem na direção de sua mão, o que provocaria berros. Jane olha para a frente e vê um garoto rindo atrás de um casal de idosos conversando.

– Com licença. – diz Jane aos dois e pega a aranha na mão antes que ela alcance Linda. Jane olha para o garoto que estava rindo e vai até ele. Sam a olha.

– É sua? – pergunta Jane entregando a aranha ao garoto. Sam se aproxima deles, deixando Linda falando sozinha.

– Vai contar para o meu pai? – pergunta o garoto.

– Não sei. Quem é o seu pai? – pergunta Jane.

– Larry costuma me tirar das apresentações familiares. – responde ele.

– É, parece que a relação com ele não é muito boa. – comenta Jane.

– Não somos um exemplo a ser seguido. – diz ele.

– Vai melhorar, eu prometo. – diz Jane a ele com um sorriso.

– Quando? – pergunta o garoto com um sorriso discreto.

– Matthew! – diz Larry vindo na direção do filho. Ele se vira para Jane e Sam. – Eu sinto muito pelo meu filho e seu... Animal de estimação.

– Incômodo nenhum. – diz Jane.

– Com licença. – pede Larry e se retira com Matthew junto para um canto.

– Te lembra alguém? – pergunta Sam ao irmão que se aproxima deles. Dean olha para Larry que está brigando com Matthew por causa da aranha.

– Lembra o papai. – continua Sam.

– O papai nunca nos tratou assim. – diz Dean.

– Nunca tratou você assim... – corrige Sam. -... Você era perfeito. Foi no meu pé que ele sempre pegou. Você não se lembra?

– Talvez ele tenha alterado a voz, mas às vezes você precisa ser rígido. – explica Dean. Sam da uma risada sarcástica.

– Certo, como quando eu disse que preferia jogar futebol do que aprender a caçar animais. – diz Sam. Jane revira os olhos, eles vão discutir de novo.

– Caçar animais é uma habilidade importante! – diz Dean.

– Como foi o seu passeio? – pergunta Jane a Dean, os interrompendo.

– Foi uma maneira de se despedir. – responde Dean a olhando. – Talvez eu tenha descoberto algo. Parece que Dustin Burwash não foi a primeira morte daqui.

– O que houve? – pergunta ela.

– Um ano antes de começarem a construção, um pesquisador se perdeu durante o trabalho. – responde. – Escutem isso, ele teve uma reação alérgica a picadas de abelha.

– Mais insetos. – diz Sam.

– É... Mais insetos. – concorda Dean.

À noite, enquanto Sam dirige, Dean pesquisa no diário do pai.

– Já ouvi sobre abelhas assassinas, mas nada de besouros assassinos. – comenta Dean. – Porque diferentes formas de insetos atacam?

– Bom, caçar pode incluir manifestação de insetos. – diz Sam.

– É, mas não vi nada sobre manifestação de fantasmas. – diz Dean.

– Nem eu. – concorda Sam. Jane olha pensativa para a janela.

– E se forem controlados por alguma coisa? Por alguém? – pergunta ela.

– Como o Willard? – pergunta Sam.

– Tipo insetos ao invés de ratos. – diz Jane. Sam e Dean se olham pensativos.

– Existem casos de ligação psíquica entre humanos e animais. – diz Sam a ela. – Elementais, telepatas.

– É, que nem a Lassie e o Timmy. – diz Dean.

– Quem? – pergunta Jane confusa.

– Nada... Eu não disse nada. – diz Dean.

– O filho do Larry... É fanático por insetos. – comenta Jane.

– Matt? – perguntam Dean e Sam.

– É. – responde ela. – Ele tentou assustar a corretora com a aranha.

– Acha que ele é o culpado? – pergunta Dean.

– Não sei. – diz Jane. – Tudo é possível... Eu acho.

– Ei, entra aqui. – diz Dean ao irmão, apontando para a garagem de uma casa. Sam encosta na frente do portão.

– O que fazemos aqui? – pergunta Sam. Dean sai do carro e vai até o portão da garagem.

– É muito tarde para falar com outra pessoa. – diz Dean levantando o portão.

– Nós vamos invadir uma casa? – pergunta Jane incrédula.

– Quero testar o chuveiro a vapor. – diz Dean. – Vamos.

Sam e Jane continuam olhando Dean com olhar de reprovação.

– Vamos. – diz Dean novamente. Sam revira os olhos, mas coloca o carro dentro da garagem e da um tapa na barriga do irmão enquanto passa com o carro ao seu lado.

...

Casa de Linda.

Ela chega do trabalho e liga a televisão do quarto. ‘’ Otoka Valley está sobre um período de quarentena devido a uma grande investigação científica que começou no estado inteiro hoje. As autoridades dizem que a causa da investigação é o possível crescimento absurdo do vírus West Nile entre a população de mosquitos, de alguma áreas. ’’. Diz a repórter do jornal local. Enquanto ouve a notícia Linda senta na cama e começa a tirar a sandália, mas de repente uma aranha sai de sua cabeça, ela se assusta e bate na testa para o bicho sair de seu rosto. ‘’ Cientistas estão preocupados com o uso de pesticidas... ‘’, continua a repórter, mas Linda desliga a TV. Em seguida ela vai tomar um banho, começa a esfregar a cabeça com shampoo. Em seguida milhares de aranhas começam a sair pelo ralo do chuveiro. Linda ouve o barulho e se vira, vê as aranhas e começa a berrar, sai correndo para sair dali, mas escorrega e atravessa o vidro do box, sangue é espirrado pelo chão. As aranhas começam a subir no corpo morto da corretora.

...

No dia seguinte de manhã. Sam e Jane vão até o banheiro onde Dean toma um longo banho.

– Não vai sair daí? – pergunta Sam batendo forte na porta.

– O que? – pergunta Dean sem entender.

– Dean, um policial veio aqui. Precisamos ir. – diz Jane a ele.

– Esperem. – pede.

– Alguém foi encontrado morto a três quarteirões daqui. – continua Sam. – Vamos logo.

Em seguida Dean abre a porta e põem só a cara para fora, uma grande quantidade de fumaça sai do banheiro.

– O chuveiro é o máximo. – diz ele com uma toalha enrolada na cabeça.

– Vamos! – diz Jane se retirando com um sorriso. Sam vai atrás dela.

Na frente da casa de Linda, uma ambulância retira o corpo da corretora. Sam, Dean e Jane estacionam o Impala e saem. Está chovendo, Jane pega no porta-malas apenas dois guarda-chuvas.

– Divide comigo. – diz Sam a ela. Jane o olha por um minuto, mas lhe da um sorriso aceitando.

Os três vão até a frente da casa.

– Eu não sei mais nada agora. Eu terei que ligar depois... Certo. – diz Larry no celular. Em seguida vê os três e se aproxima. – Olá, voltaram cedo.

– É, nós queríamos dar uma outra olhada na vizinhança. – mente Dean.

– O que está acontecendo? – pergunta Jane. Larry respira fundo.

– Vocês conheceram Linda Bloom no churrasco, certo? – pergunta ele.

– A corretora? – pergunta Sam.

– Sim. – diz Larry. – Bom... Ela morreu ontem a noite.

Os três olham para o homem, incrédulos.

– Como? – pergunta Dean surpreso.

– Ainda estou tentando descobrir. – responde Larry. – Identifiquei o corpo para a polícia. Desculpem, mas não é uma boa hora para conversarmos.

– Tudo bem. – diz Sam a ele.

– Com licença. – pede Larry se juntando a um policial ao lado da ambulância.

– Sabem o que temos que fazer, certo? – pergunta Jane a eles.

– É... Entrar na casa. – responde Sam. - Ver se temos problemas com insetos.

Um tempo depois a policia deixa o local e os três invadem a casa de Linda. Jane vê o contorno de fita branca do corpo da corretora no chão.

– Parece que esse é o lugar. – Sam diz. Dean entra no banheiro e pega uma toalha com sangue do chão, dela caem aranhas mortas.

– Aranhas. – diz Dean a eles. – Do menino aranha?

– Matt. – corrige Jane. – Talvez... Em seguida os três vão até a casa de Larry e encontram o garoto saindo do ônibus da escola, mas Matt segue em outra direção.

– Essa não é a casa dele? – pergunta Sam, olhando pela janela para uma casa ao seu lado.

– Sim. – responde Dean.

– Então para onde ele vai? – pergunta Jane. Os três saem do carro e seguem o menino sem que o vejam. Matt vai até o meio da floresta e pega um inseto de uma das árvores na mão.

– Ei, Matt. Lembra de mim? – pergunta Jane a ele. Matt se vira assustado para os três.

– O que estão fazendo aqui? – ele pergunta.

– Queremos falar com você. – responde Dean.

– Não estão procurando uma casa, certo? – pergunta Matt. – Espere, vocês não são serial killers não é?

– Não, não. – responde Jane com uma risada. – Acho que está a salvo.

– Então Matt, você sabe muito sobre insetos. – diz Sam a ele.

– E daí? – pergunta o garoto sem entender.

– Soube do que houve com Linda? A corretora? – pergunta Dean a ele.

– Sei que ela morreu essa manhã. – responde Matt.

– Matt, você tentou assustá-la com a aranha. – diz Jane a ele.

– Espera, acham que eu tenho alguma coisa a ver com aquilo? – pergunta ele perplexo.

– Diga você. – diz Dean.

– Aquilo com a aranha no churrasco foi só uma piada. – explica Matt. – Mesmo assim não explica o ataque de abelhas e o cara da compania de gás.

– Sabe sobre eles? – pergunta Sam.

– Tem alguma coisa acontecendo aqui. – diz Matt. – Não sei o que, mas algo está acontecendo com os insetos. Deixe-me mostrar uma coisa a vocês.

– Se sabia sobre essa coisa dos insetos, porque não disse para o seu pai? – pergunta Jane enquanto Matt os guia por entre a mata.

– Acredite, eu tentei, mas Larry não me escuta. – responde o garoto.

– Porque não? – pergunta Sam.

– Honestamente? – responde Matt. – Ele me vê apenas como seu filho estranho.

– Eu entendo você. – diz Sam depois de dar um sorriso sarcástico.

– Entende? – pergunta Dean ao irmão. Sam olha com uma expressão de ‘’ Óbvio. ‘’ para ele.

– Matt, quantos anos você tem? – pergunta Jane.

– 16. – ele responde. Jane lhe da um sorriso.

– Não se preocupe porque daqui a dois anos, algo ótimo vai acontecer. – diz ela a ele.

– O que? – pergunta Matt.

– Faculdade. – completa Sam. – Você vai poder sair daquela casa e se afastar de seu pai.

– Que tipo de conselho é esse? – pergunta Dean. – Ele deveria ficar com a família.

Sam, Jane e Matt param de andar e olham com uma cara de reprovação para Dean.

– Quanto falta, Matt? – pergunta Jane.

– Estamos perto. – responde o garoto. Os quatro recomeçam a andar. Quando chegam, escutam um barulho estranho.

– Eu estudei comunidade de insetos como projeto de ciências. – explica Matt.

– Como fazer uma lâmpada acender com uma batata. – comenta Dean. Eles nem ligam para o comentário.

– O que está acontecendo? – pergunta Sam.

– Muita coisa. – responde Matt. – Quer dizer, de abelhas até baratas. Besouros... É unânime. Estão se reunindo aqui onde estamos agora.

– Por quê? – pergunta Dean.

– Eu não sei. – responde Matt.

– O que é aquilo? – pergunta Jane olhando para uma parte elevada de mato no chão.

Todos olham curiosos. Dean vai até lá e os outros o seguem. Em um buraco da parte elevada há milhares de minhocas, grudadas umas nas outras. Dean põe o pé e o mato cai para baixo, como um buraco. Dean agacha perto do buraco, pega um graveto e começa a procurar por algo lá dentro, encosta em algo duro.

– Tem algo ali em baixo. – comenta ele. Dean arregaça a manga de seu casaco de couro marrom e bota a mão dentro do buraco que com esforço, tira de lá, por mais incrível que pareça, uma caveira.

Dean olha para Sam e Jane com os olhos arregalados.

...

Os três vão até a universidade local.

Sam pega seu casaco no banco de trás ao lado de Jane, tampa a caixa que segura com as várias caveiras que acharam no buraco e vão em direção a universidade.

– Então, um monte de caveiras enterradas no chão. – diz Jane aos dois.

– É, talvez seja isso que procuramos. Espíritos nervosos, assuntos inacabados. – diz Dean.

– A pergunta é ‘’ Porque insetos? ‘’ e ‘’ Porque agora?’’ – diz Sam.

– Isso, são duas perguntas. – diz Dean. – E o Matt? Porque disse para ele largar a família?

– É só que eu entendo pelo que ele está passando. – responde Sam.

– Respeitar o pai, isso é um bom conselho. – diz Dean. Sam para na frente dele.

– Dean qual é? Isso não é sobre o pai dele. – diz Sam. Jane encosta em uma das árvores do jardim da universidade e fica olhando as pessoas e os carros passarem. – Você acha que eu não respeito o papai... É isso o que você está falando.

– Esqueça, ele não é nosso irmão afinal. – diz Dean recomeçando a andar, mas Sam não o deixa passar.

– Eu respeito ele. – continua ele. – Mas não importa o que eu faça, nunca é bom o bastante.

– O que está dizendo? – pergunta Dean. – Que papai ficava desapontado com você?

– Ficava. Fica... Sempre ficou. – responde Sam.

– Porque pensa isso? – pergunta Dean.

– Porque eu nunca quis caçar animais, ou brigar. – responde Sam. – Porque eu queria ir para a escola e ter a minha vida... O que sempre me tornou a aberração da família.

‘’Não aguento mais essas discussões’’ pensa Jane os olhando.

– E acabou ficando com a loira e os monstros. – continua Dean.

– Dean, sabe o que alguns pais sentem quando os filhos vão para a faculdade? – pergunta Sam. O irmão não responde. – Orgulho... Outros pais não deixam os filhos saírem de casa.

– Eu me lembro dessa briga. – diz Dean. – Também me lembro de algumas palavras arrogantes saírem da sua boca.

– Quer saber, a verdade é que se encontrarmos ou não o papai... – diz Sam. -... Eu não sei se ele realmente quer me ver.

– Sam, papai nunca ficou desapontado com você... Nunca. – diz Dean. Sam olha para os lados e da um sorriso sarcástico. – Ele tinha medo.

– Do que está falando? – pergunta Sam.

– Ele tinha medo do que podia acontecer se não estivesse por perto. – responde Dean. – Mas sabe o que ele falava? Que ia para Stanford quando pudesse. Manter os olhos em você. Garantir que estava a salvo.

– O que? – pergunta Sam.

– É... – diz Dean.

– Porque não me contou isso? – pergunta Sam sem entender.

– Eu tentei. – responde Dean. – Você podia ter atendido ao telefone, teria sido mais fácil.

Os dois ficam se olhando por um tempo.

– Acabaram? – pergunta Jane nervosa vindo em suas direções. – Podemos ir agora? Se bem que nós já estamos atrasados.

Em seguida ela recomeça a andar na direção do departamento de antropologia da universidade.

– Acho que ela odeia quando a gente tem essas discussões. – diz Sam a olhando.

– Você acha? – pergunta Dean sarcasticamente.

...

– Então, vocês três são estudantes? – pergunta o professor se levantando de uma mesa em sua sala.

– Sim, estamos na sua classe. – responde Sam ao homem. – Antro 101.

– Estão? – pergunta o homem.

– E os ossos, professor. – pergunta Jane. – As caveiras.

– É uma descoberta interessante essa que fizeram. – diz o homem a ela. – Eu diria que tem uns 170 anos. A mandíbula e o formato devem indicar nativo-americano.

– Existem tribos, reservas naquele lugar? – pergunta Sam.

– Não de acordo com o histórico. – responde o professor. – Mas... A recolocação de pessoas era muito comum naquela época.

– Certo. – diz Dean.

– Existe alguma lenda local? – pergunta Jane. – Histórias sobre a área?

– Sabe, tem uma tribo em Soppopa. – comenta o professor. – Fica a 96 km. Alguém de lá pode saber alguma coisa.

– Certo. – diz Dean.

Em seguida os três pegam a estrada. Em Soppopa eles vão até uma lanchonete para pedir informação, encontram um cara jogando cartas sozinho na mesa e se aproximam dele.

– Jerry Waitree? – pergunta Dean ao homem. Ele concorda com a cabeça.

– Gostaríamos de fazer algumas perguntas, se estiver tudo bem. – pergunta Jane.

– Somos estudantes da universidade. – mente Dean para ele.

– Não, não são... Está mentindo. – diz Jerry a Dean. Os três se olham sem o que fazer.

– A verdade é... – começa Dean.

– Você não deveria começar uma frase com ‘’ A verdade é... ‘’... Mentiroso. – diz Jerry a Dean. Sam e Jane seguram uma risada.

– Já ouviu falar de Oasis Plains? – pergunta Jane ao homem. – É uma vila de casas perto de Otoka Valley.

Jerry olha para Dean.

– Eu gosto dela. – diz Jerry a ele. – Ela não é uma mentirosa. Eu conheço o lugar.

Dean vira para Sam com uma cara irritada. O irmão da tapinhas em seu ombro.

– O que pode nos contar sobre a história de lá? – pergunta Jane.

– Porque quer saber? – pergunta Jerry delicadamente a ela.

– Alguma coisa... Alguma coisa ruim. – responde Jane. – Está acontecendo naquele lugar. Nós achamos que talvez tenha a ver com alguns ossos e caveiras que achamos lá. Ossos nativo-americanos.

– Vou lhe dizer o que meu avô me contou e o que o avô dele contou a ele. – começa Jerry. – Há 200 anos, a minha tribo morou naquele vale. Um dia, uma caravana veio e forçou-os a sair dali. Eles resistiram, a caravana ficou impaciente... Como meu avô me disse, uma noite em que o sol e a lua dividiam o céu, a caravana invadiu a vila e começou a matar e estrupar. No dia seguinte, a caravana voltou e no próximo e no próximo. No sexto dia que a caravana voltou pela última vez, conforme o sol se punha, todo o homem, mulher e criança da vila foram mortos.

Dean olha para Sam impaciente com a história que não os leva a lugar algum.

– Dizem que na sexta noite, pouco antes de morrer, o chefe da tribo sussurrou para o céu que nenhum homem branco voltaria para aquele lugar. – continua Jerry. – A natureza se viraria contra. Protegeria o vale... E isso traria muitos dias de miséria e morte aos homens brancos, como a caravana trouxe para as pessoas da tribo.

– Insetos. – diz Dean, olhando para o irmão.. – Parece natureza para mim. Seis dias?

– E na noite do sexto dia, ninguém sobreviveria. – diz Jerry.

– Obrigada Jerry. – agradece Jane. Ele lhe da um sorriso e os três saem da lanchonete.

– Quando o cara da compania de gás morreu? – pergunta Sam.

– Deixa eu ver, nós chegamos aqui na terça, então na sexta, dia 28. – responde Dean.

– 28 de março. – repete Sam. – É o começo da primavera.

– A noite em que o sol e a lua dividem o céu. – completa Jane.

– Então, todo ano, nessa época, qualquer um que fique naquele lugar está em perigo. – comenta Sam. – Larry construiu o bairro em uma terra amaldiçoada.

– E a sexta noite... É hoje. – diz Jane a eles. Sam e Dean se olham apreensivos. – Se não fizermos nada, a família de Larry estará morta até o amanhecer.

– Então, como acabamos com a maldição? – pergunta Sam.

– Não se acaba com uma maldição. – responde Dean. – Você se afasta dela. Temos que tirar aquele pessoal de lá agora.

Os três entram no carro e partem de volta para Oasis Plains.

À noite, na casa de Larry, Matt procura por insetos no jardim com uma lanterna, mas sente que o chão treme aos seus pés. Este ilumina o chão, se agacha e pega um pouco de terra, nisso, milhares de baratas saem de lá. Matt se assusta e volta para dentro de casa correndo.

...

– Sim, Sr. Picke (Larry). Há um grande vazamento de gás no bairro. – mente Dean.

– Mesmo? Quão grande? – pergunta Larry.

– É bem abrangente. Eu não quero assustá-lo, mas precisamos tirar sua família daí por pelo menos 12 horas. – responde Dean. – Apenas por segurança.

– E quem é que está falando mesmo? – pergunta Larry.

– Travis Wheeler, trabalho para a compania de gás de Oklahoma. – mente Dean.

– O problema é que eu conheço Travis, trabalho com ele há anos. – diz Larry. – Então, quem está falando?

Dean desliga o telefone rapidamente.

– Droga. – ele diz.

– Me dá o telefone. – diz Jane. Dean a entrega o celular.

Matt atende seu celular em cima da cama em seu quarto.

– Alô? – atende ele.

– Matt, é a Jane. – diz ela.

– Jane! Meu quintal está cheio de baratas. – diz Matt desesperado.

– Matt, me escute. – pede Jane. – Você precisa tirar a sua família daí agora, ok?

– O que?Por quê? – pergunta Matt assustado.

– Porque algo está vindo. – diz Jane olhando pela janela.

– Mais insetos? – pergunta Matt a ela.

– É... Muito mais. – responde Jane.

– Meu pai, não me escuta de jeito nenhum, como vou contar para ele? – pergunta Matt.

– Faça-o escutar. – pede Jane. – Quer dizer... Na pior das circunstâncias, diga a verdade, ele só vai pensar que está louco.

– Mas ele... – começa Matt.

– Diga que está doente, que precisa ir para o hospital. – continua Jane.

– Ta, tudo bem. – responde Matt. Em seguida desligam.

– Pronto. – diz Jane. Dean lhe da um sorriso.

Um tempo depois os três chegam à casa.

– Droga, eles ainda estão aqui. – diz Dean. – Vamos.

Os três saem do carro e vão em direção a porta de entrada. Lá de dentro Larry os vê chegando pela janela e abre a porta antes que batam.

– Saiam da minha propriedade antes que eu chame a polícia. – diz Larry aos três.

– Sr. Picke, escute. – pede Sam.

– Pai, eles só querem ajudar. – diz Matt ao pai.

– Entre na casa! – grita Larry para ele.

– Me desculpa, eu contei a verdade. – diz Matt olhando para Jane.

– Está tudo bem, Matt. – diz ela com um sorriso para ele. – Mas escutem, é meia-noite. Estão vindo a qualquer minuto. Precisamos pegar sua família e sair daqui, antes que seja tarde demais.

– Você quer dizer antes de uma das pragas do Egito? – pergunta Larry nervoso sem acreditar

– O que você acha que aconteceu com a corretora? – pergunta Dean ao homem. – E o empregado da compania de gás? Não acha que algo estranho está acontecendo aqui?

– Eu não sei quem vocês são, mas são loucos. – diz Larry. Jane revira os olhos e Dean o olha com uma expressão impaciente. – Se chegarem perto do meu filho ou da minha família de novo, teremos problemas.

– Odeio ser negativo, mas já temos um problema agora. – diz Dean a ele.

– Pai, eles estão certos. – diz Matt. – Estamos em perigo.

– Matt, entre. Agora! – Larry grita de novo.

– Não! – grita Matt sem se mover. – Porque você não me ouve?!

– Porque é loucura, não faz sentido! – grita Larry.

– Olha, essa terra é amaldiçoada! – diz Sam a ele. – Pessoas morreram aqui. Agora vai querer correr esse risco com a sua família?

– Esperem. – diz Jane. Todos a olham. – Estão ouvindo?

Vários zumbidos começam ser escutados.

– Que diabos é isso? – pergunta Larry ouvindo. De repente uma das lamparinas da casa começa a apagar.

– Hora de ir... Pegue a sua esposa. – diz Dean ao homem.

– Gente... – diz Matt olhando para o céu. Todos olham. Trilhares de abelhas, mosquitos e pernilongos vem na direção deles.

– Oh Meu Deus! – grita Larry.

– Não vamos conseguir. – diz Sam.

– Entrem na casa! Entrem na casa. Vão! – grita Jane. Todos saem correndo e entram.

– Tem mais alguém no bairro? – pergunta Sam.

– Não. – responde Larry. – Só a gente.

– Querido, o que está acontecendo? – pergunta Joanie assustada. – Que barulho é esse?

– Ligue para o 911. – pede Larry a ela. Joanie não se mexe. – Joanie!

– Está bem. – diz ela e pega o telefone

– Eu preciso de toalhas. – pede Dean.

– No armário. – diz Larry indo buscar com ele.

– Precisamos cobrir o lugar. – diz Jane a Matt segurando em seus ombros. – Portas, janelas, lareira... Tudo!

– Vem. – diz ele e os dois sobem a escada ao andar de cima.

– O telefone está mudo. – diz Joanie.

– Devem ter mastigado os fios do telefone. – diz Sam ajudando o irmão a botar as toalhas nos buracos das portas e janelas. De repente todas as luzes se apagam. – E os fios de eletricidade.

– Vou tentar o celular. – diz Larry que se decepciona. – Sem sinal.

– Não adianta, estão cobrindo a casa. – diz Dean. Os insetos começam a tentar ultrapassar as toalhas. Todos olham assustados para os lados.

– E o que fazemos agora? – pergunta Larry.

– Esperamos passar. – diz Sam. – Normalmente a maldição termina quando o sol nascer.

– Normalmente? – pergunta Larry. Dean vai até a lavanderia e pega vários inseticidas.

– Spray para insetos? – pergunta Joanie quando ele volta.

– Acreditem em mim. – diz Dean. De repente o barulho fica mais forte.

– O que é isso? – pergunta Joanie. Jane chega mais perto da lareira.

– A lareira. – diz ela. – Acho melhor todos subirem.

Mas em seguida os insetos entram por ela, atacando a todos. Dean taca o spray para todos os lados.

– Todo mundo para cima, agora. Vamos!Vamos! – grita Dean.

– Vamos! – grita Larry puxando Matt e Joanie.

Sam pega na mão de Jane e a puxa também. Todos sobem para o sótão. Terra começa cair do teto

– Oh Meu Deus, o que é aquilo? – pergunta Joanie apontando.

– Estão mastigando a madeira. – responde Jane.

– Cupins. – diz Matt.

– Todo mundo se afaste... Se afastem! Se afastem! – pede Dean. De repente os cupins entram e começam a atacar. Dean joga o spray, mas não os detém.

– Droga! – grita ele. Cada vez mais entram cupins e mosquitos. Jane protege Matt e sua família em um canto do sótão sem saber o que fazer.

– Vejam. – diz Jane olhando para o buraco do teto, por onde os insetos entram. A luz do dia nasce lá fora, com isso todos insetos saem pelo mesmo buraco que entraram. Todos se levantam. Jane, Sam e Dean chegam mais perto do buraco, para olhá-lo melhor e se olham ofegantes.

...

Mais tarde Larry e sua família com as coisas já empacotadas, colocam todas as caixas em um caminhão de mudança.

– Chegamos a tempo de se despedir? – pergunta Dean a Larry com um sorriso.

–Chegaram. Mais um pouco e iríamos embora. – diz Larry apertando a mão dos três.

– Sério? – pergunta Dean.

– É, não podemos seguir com o desenvolvimento. – diz Larry. – O governo está investigando aqueles ossos que encontraram. E eu posso garantir que ninguém mais vai viver aqui.

– Você não parece muito preocupado com isso. – comenta Sam.

– Bom, foi o maior desastre financeiro da minha carreira, mas... – começa Larry e olha o filho. -... Eu realmente não me importo.

Os três olham para Matt também e dão um sorriso para Larry. Jane se aproxima do garoto.

– O que é isso? – pergunta Jane vendo ele jogar fora os insetos que guardava.

– Eu não sei... – diz Matt lhe dando um sorriso. – Isso meio que me assusta agora.

Jane lhe da um sorriso encantador.

– É, eu acho que sim. – ela diz. Matt também sorri. Os dois se olham por um tempo. Jane lhe da mais um sorriso. Sam e Dean ficam olhando eles do carro. Sam se sente incomodado. Dean o olha surpreso. Jane da um abraço em Matt.

– Se cuida. – diz ela.

– Você também. – diz ele. Eles trocam um último sorriso e Jane se afasta na direção do Impala. Ela se encosta no carro com eles e olha para Matt que conversa com o pai.

– Eu quero encontrar o papai. – diz Sam.

– É, eu também. – diz Dean.

– É, mas eu só... – começa Sam. –... Quero me desculpar com ele.

Dean olha para o irmão.

– Pelo que? – ele pergunta.

– Tudo o que disse para ele. – responde Sam. – Ele fez o melhor que pôde.

Dean concorda com a cabeça.

– Não se preocupe, vamos encontrá-lo. – diz Jane. – E você vai se desculpar, e em cinco minutos vão estar um no pescoço do outro.

Sam lhe da um grande sorriso.

– É, provavelmente. – diz ele.

– Então, à estrada. – diz Dean animado.

– É, vamos nessa. – diz Jane.

Os três dão um último adeus para Matt, Larry e Joanie e entram no carro. Em seguida eles pegam a estrada.

Fim do episódio Supernatural S01E08 Insetos

Supernatural S01E07 Homem-Gancho



Theta Sorority, Universidade de Eastern Iowa.

Ste e Mandy estão em seu quarto.

– Então... O que achou? – pergunta Ste saindo do banheiro.

– Hum... – resmunga Mandy tirando os olhos da revista que lê e olhando a roupa da amiga.

– Oh Meu Deus... Muito caseiro? – pergunta Ste. A outra vai até o armário e pega uma blusa bem decotada.

– Aqui. Experimenta essa. – diz ela. – Você vai arrasar Ste.

– Oh... Eu não tenho certeza se isso é realmente para mim. – diz Ste segurando a blusa e olhando para o espelho.

– Olha... Você é uma mulher bonita, mas... – começa Mandy.

– Ok. – interrompe Ste. Sua amiga lhe da um sorriso e volta a ler a revista. Ste volta ao banheiro e troca de blusa. – Então?

– Deus! O Johnny não vai acreditar no que vai ver na frente dele. – diz Mandy.

– Ele deve estar lá embaixo. Te vejo mais tarde. – diz Ste.

– Não faça nada que eu não faria. – diz Mandy com um piscada para ela.

– Não há nada que você não faria. – diz Ste com um último sorriso e sai.

– É verdade. – Mandy responde. Ste se encontra com o namorado lá em baixo e os dois vão dar uma volta de carro. Johnny para o carro de baixo de uma ponte ao lado de uma floresta.

– Eu pensava que a gente iria a uma festa. – diz Ste à Johnny.

– Bom... Podemos chegar em cima da hora. – ele responde a olhando.

– Se eu não te conhecesse. – diz Ste. – Diria que você me trouxe aqui com alguma intenção.

– O que? – pergunta Johnny. – Estou ofendido.

– Sei... Claro! – Ela responde. Em seguida eles se beijam. O celular de Ste toca, mas ela não atende.

– Você não vai atender? – pergunta Johnny.

– Definitivamente não. – ela responde. Eles voltam a se beijar. Johnny começa a colocar sua mão dentro da blusa da namorada.

– Não. – Ste pede segurando a mão de Johnny.

– Tudo bem. – ele diz com um sorriso à ela. Ela lhe da outro. De repente um homem sai de trás de uma das árvores perto do carro. Ste e Johnny continuam se beijando, mas ele coloca mão de novo dentro da blusa dela.

– Ei! Eu já disse. – ela diz nervosa à ele. De repente eles escutam um barulho agudo e alto, como o de um metal arranhando outro.

– O que foi isso? – pergunta Ste.

– Eu não sei. – responde Johnny. Os dois olham para os lados, mas não vêem nada.

Eles ouvem o mesmo barulho de novo e se assustam mais.

– O que é isso? – pergunta Johnny e sai do carro.

– Johnny... Não... Volta aqui. – pede Ste, mas ele não a ouve.

– Apenas fique aqui. – diz Johnny à ela e sai andando a procura da origem do barulho. Ele vai até a frente do carro. De repente um risco enorme é dado na porta da frente. Como se alguém estivesse cortando-a, mas não se vê ninguém, só risco sendo feito pelo ar.

– Que merda é essa? – pergunta Johnny.

– Johnny, vamos embora. – pede Ste. O pneu do carro esvazia e alguém aparece atrás do porta-malas por um segundo. Ste grita e olha para Johnny. Este não se encontra mais ali.

– Johnny?! – ela grita. Sem resposta. Ste tenta sair do carro, mas as portas são trancadas. Ela o liga, sobe o vidro da janela e olha para os lados com medo. - Johnny! Onde você está?

Silêncio. Em seguida algo cai em cima do carro. Ste grita novamente. As portas se destrancam. Ela sai do carro lentamente. Anda em volta do carro. Ela para, olha para o capô e berra. Johnny se encontra amarrado pelos pés de cabeça para baixo, sem um dos braços e com um corte enorme na barriga.

...

No dia seguinte de manhã.

– Certo... Obrigado pelo seu tempo. – diz Sam em um orelhão com uma expressão aborrecida.

– Seu café com baunilha está esfriando. – diz Dean sentado em uma mesa na frente de um Café enquanto Jane procura algo no laptop.

– Não enche. – diz Sam ao irmão, sentando-se à mesa.

– E então? O que foi? – lhe pergunta Dean. Jane para de digitar e os olha.

– Eu chequei os registros de pessoas desaparecidas do FBI. – Sam responde. – Não há nenhum desconhecido que bata com a descrição do papai. Até fiz uma busca pela placa dele por violação no trânsito.

– É o que eu disse. Não acho que papai queira ser encontrado. – comenta Dean. Sam e o irmão se olham com uma expressão chateada.

– Olhem isso. – diz Jane lhes tirando de seus pensamentos. Ela vira o laptop para eles. Aparece a foto de Johnny na tela. – Apareceu uma notícia no jornal Plains Courier, de Ikane, Iowa. Uns 160 km daqui. O corpo mutilado da vítima foi achado no seu carro, estacionado na estrada 9 Mile.

– Continue lendo. – diz Dean a ela enquanto toma seu café.

– As autoridades não conseguiram fornecer uma descrição realista do assassino. – ela continua. – A única testemunha, cujo nome foi mantido em segredo, disse que o assassino era invisível.

– Pode ser algo interessante. – diz Dean.

– Pode não ser nada também. – diz Sam. – Uma testemunha abalada que não conseguiu ver nada. Isso não quer dizer que o cara é invisível.

– Mas e se for? – pergunta Dean. – Papai iria querer investigar.

Os três se olham e partem para Ikane.

Quando chegam, param em uma rua bem movimentada. Os três saem do carro.

– Mais uma vez. Porque estamos aqui? – pergunta Sam.

– A vítima morava aqui. – responde Jane. Em seguida ela olha para uns garotos que estão concertando um carro. – Belas rodas.

Os garotos a olham e dão um sorriso malicioso.

– Somos três irmãos da república de Ohio. – mente Dean à eles. Os garotos param com o sorriso para Jane e olham com cara de desinteresse para ele. – Somos novos na cidade, fomos transferidos. Estamos procurando um local para morar.

Um dos garotos indica a república que eles estão ficando, à frente deles.

– Mas infelizmente ela não poderá ficar aqui. – diz ele apontando para Jane.

– Tudo bem. – diz ela com um sorriso. – Mas se não for incomodar quero conhecer o lugar que meus irmãos irão morar.

– Claro. – dizem os três garotos juntos. – Á vontade.

Em seguida os três entram na república e andam pelos corredores. Jane entra em um quarto, onde um rapaz se olha no espelho enquanto pinta o corpo com tinta azul.

– Quem são vocês? – pergunta o garoto quando percebe a chegada dela com Sam e Dean atrás.

– Somos seus novos companheiros de quarto. – responde Dean. O garoto olha desconfiado para Jane. – Ela só veio nos acompanhar.

– Me faça um favor? Passe nas minhas costas. – pede o garoto com a tinta na mão. – O jogo é hoje.

– Ele é o artista. Ele faz maravilhas com um pincel. – diz Dean apontando para o irmão.

– Não, vocês não. – diz o garoto e olha para Jane. – Ela.

– Ah... Mas nem f... – começa Sam.

– Tudo bem. – diz Jane indo até o rapaz. Ela pega o pincel e começa a pintar as costas dele.

– Então, Mark. – diz Dean ao garoto enquanto se senta na cama. – É verdade?

– O que? – pergunta o rapaz.

– Ouvimos dizer que o garoto que morava aqui foi morto na semana passada. – continua Dean.

– É. – responde Mark.

– O que aconteceu? – pergunta Jane.

– Algum tipo de psicopata com uma faca... – começa ele. – Talvez um vagabundo que passava por lá. Johnny era um cara legal.

– Ele estava com alguém? – pergunta Sam.

– Não era uma pessoal qualquer... Era Ste Sorens. – responde o garoto.

– Quem é Ste Sorens? – pergunta Dean à ele.

– Ste é uma caloura da cidade... Muito gostosa. – ele responde. – E escutem só... Ela é filha do Reverendo.

– Você sabe de qual igreja? – pergunta Dean. Um minuto depois Jane, Sam e Dean se encontram na igreja que Mark lhes indicou.

– Nossos sentimentos estão com a família do jovem que faleceu. – diz o padre, rezando a missa. Várias pessoas o ouvem. – E minhas preces de agradecimento vão para ele. Porque eu acredito que ele morreu tentando proteger minha filha.

Ste olha o pai, sentada na primeira fileira com uma expressão de sofrimento.

– E agora, apenas o tempo curará o nosso sofrimento. – continua o padre. Em seguida, Jane, Sam e Dean entram na igreja – Nós devíamos refletir no que essas tragédias significam? Para nós como uma igreja...

Sem querer Sam bate muito forte a porta da entrada. O padre para de falar e os olha. Dean faz uma cara de bravo para o irmão. Ste vira a cabeça e olha os três.

– Como uma comunidade... Como uma família. – continua o padre. Os três se sentam no último banco. Ste continua os olhando, mas mais particularmente para Sam. Este lhe da um pequeno sorriso. – A morte de alguém tão jovem é particularmente trágica! A vida que não pode ser vivida é a mais triste das vidas. Então... Por favor, vamos rezar. Por paz... Por ajuda... E pelo poder de proteger nossos filhos.

...

Depois da missa.

– Não posso é domingo a noite. – diz Ste à Mandy.

– Só nós estaremos lá. – diz ela. – Vamos tomar tequila e assistir a Reality Bite.

– Meu pai faz evangelho todo domingo à noite. – diz Ste.

– Vamos lá! Eu sei que tem sido difícil, mas você pode se divertir. – diz Mandy.

– Eu vou tentar. – diz Ste. A amiga lhe da um sorriso e elas se abraçam forte. Em seguida Mandy vai embora. Sam, Dean e Jane se aproximam de Ste.

– Você é a Ste? – pergunta Sam à ela.

– Sim. – ela responde se virando para eles.

– Meu nome é Sam... Esses são meus irmãos Dean e Jane. – Sam apresenta. – Nós fomos transferidos para cá. Para a Universidade. Jane vai ficar com você na república e eu e Dean vamos ficar em outra.

– Eu vi vocês lá dentro. – Ste diz com um sorriso para ele.

– Não queremos incomodá-la é que como eu e Dean vamos ficar na república que Johnny ficava, ficamos sabendo do que aconteceu.

– Viemos dizer que sentimos muito... – diz Jane.

– Eu sei mais ou menos pelo que você está passando. – diz Sam. - Uma vez eu vi alguém se machucar... Algo que nunca me esquecerei.

Em seguida o Reverendo põe a mão nas costas da filha.

– Pai... Uh... Esses são Sam, Dean e Jane... São novos estudantes. Jane vai ficar comigo e com Mandy no quarto.

– Prazer em conhecê-lo Senhor – diz Dean apertando a mão dele. – Seu sermão foi inspirador.

– Muito obrigado. – agradece o Reverendo. – É tão bom encontrar jovens abertos às mensagens do Senhor.

– Olha, somos novos na cidade e estamos procurando por um grupo de orações. – diz Dean chamando o Reverendo para uma conversa. Os dois começam a andar e a conversar sobre o assunto. Jane percebe que ele quer deixar o irmão e Ste a sós. Jane os olha e também se afasta na direção do mais velho.

– Me diga Ste, o que a polícia disse? – pergunta Sam à ela. Os dois começam a andar na direção contrária.

– Eles não têm muito pelo que procurar. Acho que me culpam por isso. – ela responde.

– Como assim? – pergunta Sam.

– Minha história. Acho que estava tão assustada que estava vendo coisas. – Ste responde.

– Isso não quer dizer que não eram reais. – diz Sam. Ela lhe da um sorriso.

...

Um tempo depois, em uma biblioteca, os três se reúnem novamente...

– Então, você acredita nela? – pergunta Dean à Sam.

– Acredito. – responde ele.

– E ela é gostosa também. – diz Dean e olha para Jane. – Foi mal.

– Já estou acostumada, Dean. – diz ela sem olhá-lo.

– Havia algo nos olhos dela. – comenta Sam. – Escutem, ela ouviu arranhões no capô e achou o corpo amarrado de cabeça para baixo sobre o carro.

– Corpo suspenso? – pergunta Dean. – Isso parece...

– A lenda do Homem-Gancho. – completa Jane. Sam concorda com ela.

– Essa é a lenda urbana mais famosa de todas. – diz Dean. – Não acha mesmo que estamos lidando com ele, não é?

– Toda lenda urbana tem uma fonte. Um lugar onde tudo começou. – diz Sam a Dean.

– É, mas os arranhões, os pneus estourados e o assassino invisível. – comenta Dean.

– Pode ser que o Homem-Gancho não seja humano. E se for um espírito? – diz Jane a eles. Sam e Dean se olham pensativos.

...

– Aqui estão os arquivos... Desde 1851. – diz uma das bibliotecárias entregando-os em uma mesa, uma caixa cheia de arquivos.

– Obrigado. – agradece Dean. Ela lhes dá um sorriso e se afasta. Dean a olha novamente. – É para isso que ela perdeu quatro anos de vida.

– Bem vindo à educação superior. – diz Sam com um sorriso ao irmão. Os três passam horas e horas procurando nos arquivos. - Ei, olhem isso. Em 1862 um padre chamado Jacob Carl foi preso por homicídio. Ele estava tão enfurecido com o prostíbulo da cidade que em uma noite ele matou 13 prostitutas. Algumas foram achadas em suas camas com os lençóis encharcados de sangue. Outras foram penduradas de cabeça para baixo em árvores, como um aviso quanto aos pecados da carne.

– Saca só a arma utilizada. Parece que o padre perdeu a mão em um acidente e colocou um gancho de prata no lugar. – diz Dean olhando as imagens.

– Olhem onde aconteceu. – diz Jane.

– Estrada 9 Mile. – Lê Dean.

– No mesmo lugar que o garoto foi assassinado. – comenta Jane.

– Belo trabalho Watson. – diz Dean à ela. Sam também lhe da um sorriso. – Vamos checar.

– Vocês vão. Eu preciso ir para a república para ficar de olho na Ste. – diz Jane a eles. Os dois irmãos concordam com a cabeça.

...

À noite o pai de Ste a deixa na república das garotas.

– Eu sei que é a primeira vez que você mora sozinho desde que mamãe morreu. – diz Ste à ele dentro do carro.

– Esse não é o problema. Eu me preocupo com você. – diz ele.

– Tem 22 garotas lá dentro. Estou totalmente segura. – diz Ste.

– É exatamente com isso que me preocupo. – diz seu pai. – Você acha que eu não sei o que acontece lá?

– Pai, precisamos ter essa discussão novamente? – pergunta Ste. – Tenho mais de 18 anos, posso viver a minha própria vida.

– É? Como o que? Beber e festejar com aquela sua amiga Mandy? – pergunta ele.

– Eu já sou adulta. Posso tomar conta de mim mesma. Boa noite. – diz ela e sai do carro, batendo a porta.

– Ste... Ste! – grita seu pai. – Volta aqui.

Ste continua andando sem se virar, entra na república e sobe as escadas até seu quarto. Em seguida ela sente uma sensação estranha e olha para os lados, vê uma garota no quarto da frente que lhe da um sorriso meio sombrio. Ste entra em seu quarto e vê Jane e Mandy em suas camas, já dormindo. Jane abre os olhos quando sente a presença da garota.

– Mandy, você está acordada? – pergunta Ste à amiga. Ela não responde. Ste tira seu casaco indo em direção ao banheiro.

...

Estrada 9 Mile.

Sam e Dean vão até onde Johnny foi morto. Os dois saem do carro. Dean pega um rifle e entrega ao irmão.

– Se for realmente um espírito como Jane falou, um cartucho não vai adiantar muito. – comenta Sam.

– Por isso que eu coloquei balas de sal. – diz Dean à ele. Sam da uma risada sarcástica.

– Como se sal fosse matar o espírito. – diz ele.

– Bom... Não vai matá-lo, mas vai deixá-lo mais lento. – diz Dean e fecha o porta-malas. Os dois começam a entrar na floresta ao lado da estrada.

– Isso é bom. – diz Sam. – Foi você que pensou nisso?

– Já te disse. – diz Dean. – Não é preciso ser formado, para ser um gênio.

De repente eles ouvem o estalar de um galho perto deles e olham atentamente para frente. Sam aponta o rifle. As folhas de um arbusto se mexem.

– Aponta ali... Ali. – diz Dean ao irmão. O vulto começa a se aproximar.

– Ponham as armas no chão, agora! – diz um policial saindo de trás do arbusto. – Coloquem as mãos na cabeça.

– Ok... Ok. – diz Dean. Em seguida ele e Sam se agacham.

– Deitem de barriga para baixo, rápido. – diz o policial.

– Mas ele que estava armado. – diz Dean apontando para o irmão. Sam o olha nervoso e eles deitam.

...

Ste sai do banheiro de pijama, apaga a luz e vê Mandy se virando para o outro lado na cama. Ste lhe da um sorriso e vai se deitar. Jane vê que nada de estranho pode acontecer e pega no sono também. No meio da madrugada, ela vê imagens como se fosse um sonho. (Sangue, muito sangue, Mandy e o homem-gancho). Abre os olhos rapidamente, se senta na beirada da cama olhando para a cama da amiga de Ste. Olha para os lados, nada. Se levanta e vai até a janela. Lá fora se sente apenas a brisa chacoalhando as árvores ao redor.

– Eu devo estar ficando louca. – sussurra Jane e olha para o céu estrelado. – Eu fui escolhida também? Para ter poderes como o meu pai?O que quer que a gente faça, Deus?

Em seguida, Jane se vira para o quarto, olha mais uma vez para os lados e nada. Ela se deita novamente e dorme.

No dia seguinte... Ste se espreguiça, vira para o outro lado para tentar dormir mais um pouco. Abre um pouco os olhos e vê um líquido vermelho caindo da cama de Mandy, formando uma poça. Ela olha assustada, levanta rapidamente da cama e vê a amiga morta na cama ao seu lado, com a garganta e a barriga cortadas.

– Meu Deus! – diz Ste e grita desesperada. Jane levanta rapidamente com o grito da garota. Ela vê Mandy morta na cama e Ste agarrada ao travesseiro olhando para a parede fixamente. Jane olha pelo quarto inteiro mas não encontra o assassino, ela vai até a cama de Ste e a vira, lhe da um abraço para que ela não continue vendo. Mas, Jane olha rapidamente para a parede que Ste olhava, há uma mensagem escrita nela com o sangue de Mandy.

‘’ Não está feliz por não ter acendido a luz? ‘’... É o que diz. Ste começa a chorar em seu ombro.

...

– Eu te livrei dessa. Fiz o xerife nos dar apenas uma muta. – diz Dean ao irmão enquanto eles saem da delegacia.

– Mas como? – pergunta Sam.

– Eu disse à ele que você é um calouro burro e que tudo não passava de um trote. – responde Dean com um sorriso para o irmão.

– Mas e a arma? – pergunta Sam.

– Eu Disse que você caçava fantasmas. – responde Dean. – E que o sal grosso repele os espíritos. Sabe como é que é... Um trote bem comum.

– E ele acreditou? – pergunta Sam com uma risada sarcástica.

– Claro. Você tem cara de calouro burro. – debocha Dean. De repente muitos policiais saem da delegacia correndo, entram em várias viaturas e saem às pressas. Os dois olham curiosos na direção em que eles foram.

– Jane! – eles dizem olhando um para o outro. Em seguida entram no carro e seguem os policiais. Param em frente a república das garotas e saem correndo para fora do carro até as ambulâncias, vêem Jane que está abraçada a Ste em uma delas. Os dois param, se olham e ficam aliviados de as verem sãs e salvas. Sam corre para Jane, esta o vê e se levanta da ambulância.

– Eu... – começa ela.

Sam lhe interrompe a puxando para um abraço. Jane fica surpresa sem saber o que fazer.

– Eu fiquei preocupado, pensei que tinha acontecido alguma coisa com você. – diz Sam a apertando.

– Hum... Sam... Eu não consigo respirar. – diz Jane sufocada. Sam a solta envergonhado. Jane lhe da um pequeno sorriso.

– Me desculpa. – diz ele.

– Mas, o que aconteceu? – pergungta Dean olhando para ela e Ste.

– Eu conto enquanto andamos... É melhor. – diz Jane.

– Está bem. – diz Sam.

– Ste. Qualquer coisa é só me chamar. – diz Jane se virando para ela. A garota lhe da um sorriso. Em seguida os três começam a caminhar pelo quarteirão. – Mandy, a amiga de Ste foi morta do meu lado e eu não ouvi e não vi nada, acordei e ela estava mutilada na cama. Eu tive outra visão antes de acontecer, me levantei, fiquei esperando na janela, mas nada acontecia, então voltei para a cama e peguei no sono. Então quando acordei com os gritos de Ste, vi Mady lá... Toda mutilada.

– Você não podia fazer nada. – diz Sam à ela. – Estava sem arma e... Ele deve ter usado a invisibilidade dele de novo.

– Vamos entrar no quarto, quem sabe encontramos algo. – diz ela.

Eles param na rua atrás da República. Os três entram por uma passagem sem fazer barulho.

– Mas porque o Homem-Gancho viria até aqui? É muito longe da estrada 9 Mile. – pergunta Sam.

– Talvez não seja apenas o local dos crimes. Talvez haja mais alguma coisa. – diz Dean à ele. Em seguida duas garotas saem por uma porta do lado da casa, perto deles. Os três se escondem atrás de uma coluna.

– Cara, mulheres da república. Será que veremos alguma pelada? – pergunta Dean olhando para as garotas. Em seguida ele olha com um sorriso para Sam e Jane que já estão escalando a parede da casa e nem o ouvem. Eles vêem uma janela aberta.

– É a janela do meu quarto, venham. – diz Jane. Eles entram pela janela. Dean cai em cima de Sam.

– Desculpa. – pede Dean.

– Façam silêncio. – manda Jane. Dentro do quarto eles vêem a cama ensangüentada, em volta de uma fita amarela para que não mexam em nada. Eles olham a mensagem na parede.

– Não está feliz por não ter acendido a luz? – repete Sam curioso e olhando para Jane. – Isso não faz parte da lenda?

– Sim. Com certeza foi o Homem-Gancho. É definitivamente um espírito. – responde Jane.

– É. Nunca senti um cheiro assim. – comenta Dean, olhando pela janela lá em baixo onde se encontram os policiais.

– Ei!Venham aqui. – pede Sam. – Isso parece familiar?

Os três olham para o símbolo que há em baixo da mensagem e se olham. Em seguida vão até o carro de Dean e sentam no porta-malas.

– É o mesmo símbolo que a gente viu no gancho da foto da biblioteca. – diz Dean.

– Parece que é o espírito de Jacob Carl. – diz Sam. - Vamos achar o túmulo dele, tirá-lo de lá, colocar sal em seus ossos e acabar com ele.

– Depois de sua execução, Jacob Carl foi enterrado em um túmulo não identificado. – comenta Jane.

– Ah... Ótimo. – diz Dean estressado.

– Mas sabemos que é Jacob Carl. – diz Sam.

– Mas não sabemos onde ele aparecerá e nem o por que. – diz Jane o olhando. – Eu tenho a impressão de que nossa amiga Ste tem algo a ver com isso.

Em seguida eles entram no Impala e partem.

...

À noite na república dos garotos, está tendo uma festa cheia de gente. Os três se encontram nela. Dean vai até Sam e Jane em um canto, mas antes dá uma piscada para uma loira que passa do seu lado.

– Cara, você mentiu para mim. – diz Dean ao irmão. – Esse negócio de faculdade é o máximo.

– Bem, minha faculdade não é bem assim. –comenta Sam.

– Me deixa adivinhar. – diz Dean. – Biblioteca, estudos e notas máximas.

Sam concorda com a cabeça.

– Você é um nerd. Fez a pesquisa? – pergunta Dean à ele.

– Sim. Entre tanta gente, porque o Homem-Gancho escolheu a Ste? – pergunta Sam. – Então eu pensei em uma coisa.

Este entrega uma reportagem para Dean e Jane analisarem.

– 1932, clérigo é preso por homicídio. – lê Jane. – 1867, seminário é acusado de homicídio.

– Perceberam? Existe um padrão aí. – comenta Sam. – Em ambos os casos temos homens religiosos que pregam contra a imoralidade. Depois se viram em casos de homicídio que alegavam terem sido cometidos por forças invisíveis. Os assassinatos foram cometidos com um instrumento afiado.

– O que isso tem a ver com a Ste? – pergunta Dean.

– Um homem religioso? Que prega contra a imoralidade? – repete Sam lentamente para Dean.

– O pai da Ste é um Reverendo... Faz sentido. – diz Jane.

– Só que dessa vez... – continua Sam. -... Ao invés de tentar salvar a cidade inteira, ele quer salvar apenas a sua filha.

– Reverendo Soren... Você acha que ele tem alguma coisa a ver com o espírito? – pergunta Dean à ele. Jane olha para as pessoas que se divertem na festa.

– Talvez. – Sam responde. – Ou, sabe quando um espírito assombra uma pessoa e não um lugar?

– Sim, o espírito se alimenta das emoções reprimidas do Reverendo... Certo. – diz Dean.

– E se o Reverendo nem souber disso? – pergunta Sam.

– Você devia vigiar a Ste hoje. – diz Dean ao irmão. Jane volta sua atenção para eles.

– E você e a Jane? – pergunta Sam. Dean olha para uma garota que o olha com um olhar sedutor, respira fundo e olha para o irmão novamente.

– Vamos ver o que descobrimos sobre o túmulo. – responde Dean mal-humorado.

...

No cemitério... Dean e Jane procuram pelo túmulo de Jacob Carl com lanternas e pás. De repente Jane sente que algo os está vigiando, para e olha para trás, nada. Continua andando atrás de Dean. Em seguida os dois vêem um túmulo com o mesmo símbolo da parede do quarto da republica, uma cruz enorme com quatro cruzes menores nas extremidades.

– Aqui vamos nós. – diz Dean e olha para Jane.

...

Na casa do Reverendo.

Sam observa uma discussão de pai e filha do lado de fora pela janela.

...

No cemitério, Dean e Jane cavam o túmulo.

– Sério... Da próxima vez sou eu quem vai vigiar a garota. – diz Dean cansado quando eles terminam de cavar. Em seguida ele olha Jane que está suada e com a blusa branca molhada e um pouco transparente. – Mas isso aqui vale muito a pena. Você deveria usar mais blusas assim, meu dia ia melhorar cem por cento.

– Cala a boca. – diz Jane à ele. Dean lhe da um sorriso. Em seguida eles abrem o túmulo e vêem os ossos de Jacob.

– Olá padre. – diz Dean.

...

Sam se senta em um tronco ao lado da casa. Ste sai e o vê.

– O que faz aqui? – pergunta ela se aproximando dele.

– Estou vigiando o local. – responde Sam. – Eu estava preocupado.

– Comigo? – pergunta ela.

– É... Desculpe. – diz Sam. Ste se senta ao seu lado.

– Não... Está tudo bem. Eu já chamei a polícia. – diz ela com um sorriso. Ele lhe da outro. – Sério, eu acho você muito meigo... Por isso você deveria fugir de mim o mais rápido possível.

– Porque eu faria isso? – pergunta Sam à ela.

– Parece que eu sou amaldiçoada ou algo do tipo. – responde Ste. – As pessoas à minha volta tendem a morrer.

– Acho que sei como se sente. – diz Sam

...

Dean pega sal em sua bolsa e taca nos ossos. Em seguida joga álcool e fogo.

– Adeus padre. – diz Dean. Os ossos começam a queimar. Jane sente algo estranho.

– Tem algo errado. – diz Jane olhando na direção da entrada do cemitério.

– O que? – pergunta Dean sem entender. Jane apenas olha a mesma direção.

– Temos que ir. – diz ela à ele.

...

– Ninguém conversa mais comigo... Exceto você. – diz Ste. – Até o xerife acha que eu sou suspeita. Sabe o que o meu pai me disse? Reze, tenha fé. O que ele sabe sobre fé?

– Eu vi vocês brigando. – diz Sam.

– Ele estava saindo com uma mulher. Uma mulher casada. – continua ela. – Acabei de descobrir. Ela freqüenta nossa igreja com o marido. Eu conheço os filhos dela. E ele vem me falar sobre religião? Sobre moralidade? De um lado eu penso... Faça o que quiser e seja feliz... Mas ele me ensinou, me criou para acreditar que se você fizer algo de errado, você será punido. Eu não sei mais o que pensar.

Caem lágrimas pelo rosto de Ste e ela abraça Sam. Ela para de abraçá-lo e em seguida o beija. Sam põe a mão em seu rosto e a beija também. Jane e Dean saem do carro apressadamente e os vêem.

– Que safado. – diz Dean. – Perde uma e ganha outra. E para mim que é bom, nada.

Sam se afasta de repente e se vira para o outro lado.

– Sam? – pergunta Ste. –

– Eu não posso fazer isso. – diz ele.

– Por causa da pessoa que você perdeu? – pergunta ela. Sam exita. – Eu lamento.

– Ste. – chama seu pai da porta de casa. Ela o olha nervosa. – Entre... Por favor.

– Eu entro quando eu quiser. – responde ela. De repente Jane pega uma arma na mala de Dean e começa a correr.

– Droga. – diz ela.

De repente, Jacob aparece atrás do Reverendo e crava seu gancho no pescoço dele, o arrastando pela escada até o segundo andar. Jane passa por Sam e Ste e entra na casa logo depois.

– Jane? – diz Sam para si mesmo. Em seguida pega sua arma e entra na casa também. – Jane!

– Não, por favor, não me mate. – diz o padre jogado no chão de seu quarto. Sam sobe as escadas com Jane à sua frente.

– O que está fazendo aqui? Você e o Dean não estavam no cemitério? – pergunta Sam sem entender.

– Não há tempo para perguntas agora. – diz Jane à ele. No topo da escada eles vêem o padre e o Homem-Gancho em um dos quartos. A porta se fecha com força. Sam a chuta e eles entram.

– Não! Por favor! – pede o padre prestes a ser atacado por Jacob. Jane atira duas vezes e o espírito some. Em seguida Ste entra correndo no quarto com Dean atrás e vai até o pai que sangra no chão.

– Pai!Pai! – diz ela lhe segurando. – Está tudo bem, papai. Está tudo bem.

Os três os olham com suas respirações ofegantes.

...

No dia seguinte de manhã eles se encontram no hospital.

– Nós estávamos conversando, e então o pai dela saiu e... – começa a contar Sam para um policial que o interroga. -... E ele apareceu.

– Um homem grande? – pergunta o policial. – Carregando um tipo de gancho?

– Sim senhor. – responde Sam. Dean e Jane apenas observam a conversa.

– Já o tinha visto antes? – pergunta o policial.

– Não senhor. – responde Sam.

– Garoto, parece que em todo o lugar que eu olho, eu vejo vocês três. – diz o policial. – Tentem ficar longe de encrencas.

– Sim senhor. – diz Sam.

– Podem ir. – diz o policial à eles. Os três se reúnem e vão em direção à saida do hospital.

– Porque vocês não colocaram fogo nos ossos dele? – pergunta Sam nervoso.

– Nós colocamos. – diz Jane nervosa.

– Tem certeza que é o espírito de Jacob Carl? – pergunta Dean.

– Com certeza... Se parecia com ele. – diz Sam. – Eu não acho que o espírito esteja se alimentando do Reverendo. Ele está interessado na Ste... Ontem à noite ela descobriu que o pai tem um caso com uma mulher casada.

– E daí? – pergunta Dean sem entender.

– E daí que deve estar zangada. - diz Jane. – Faz sentido... Zangada com a imoralidade do caso do pai.

– Ela me disse que foi criada para acreditar que se você erra... – diz Sam. -... Tem que ser punido.

– Sei... Ela está em conflito, o espírito do Jacob se infiltrou nas emoções reprimidas dela e talvez as punições por ela? – pergunta Dean.

– É isso. – diz Sam.

– O Johnny ficou azarando ela. – diz Jane. – A Mandy queria que ela fosse para as baladas... E o pai dela tem um caso.

– Nossa... – diz Dean. -... Não me deixem irritar a garota... Mas eu queimei os ossos, queimei tudo... Porque ele não parou?

– Deixamos alguma coisa passar. – diz Jane.

– Não. – diz Dean. – Nós queimamos tudo no caixão, lembra?

– Espera. – diz Jane olhando fixo para eles. – Nós pegamos o gancho?

Dean a olha.

– Gancho? – ele pergunta.

– Era a arma dos crimes de alguma forma... Uma parte dele. – responde ela.

– Como os osso, o gancho é uma fonte de força. – diz Sam. – É isso... Só temos que achar o gancho...

– Para parar o Homem-Gancho. – completam os três juntos se olhando.

– Vamos. – diz Jane.

...

Na biblioteca, os três começam a pesquisar o local em que o gancho está.

– Acho qye achei alguma coisa. – diz Dean com uma tampa de caneta na boca. – Registrp da prisão estadual de Iowa... Jacob Carls... Objetos pessoais...

– Diz alguma coisa do gancho? – pergunta Jane.

– Talvez. – ele responde. – Depois da execução, os bens materiais serão encaminhados à casa de orações dos detentos... á igreja de São Barnabé.

– Não é a igreja do pai da Ste? – pergunta Sam.

– É. – responde Jane.

– Onde ela mora? – continua Sam.

– Deve ser por isso que o Homem-Gancho tenha assombrado o Reverendo e as filhas nos últimos duzentos anos. – diz Dean.

– Mas... Se o gancho estivesse na Igreja ou na casa, não acham que alguém já teria visto? – pergunta Sam. – Quero dizer... Um gancho manchado de sangue?

– Vamos checar os registros da igreja. – diz Jane se levantando da mesa e indo buscar mais arquivos.

– Eu gosto dela. – diz Dean olhando Jane se afastar. – Ela é determinada. Não desiste no meio do caminho. Quando acharmos o papai, ele vai ficar feliz em conhecê-la.

– É, vai sim. – diz Sam também olhando para Jane com um sorriso.

– Falando em gostar. – diz Dean. Sam o olha. – E aquele beijo entre você e a Ste?

– Você viu? – pergunta Sam surpreso.

– Eu e a Jane. – responde ele.

– Aquilo não foi nada. – diz Sam. – Foi...

– Foi uma recaída, entendi. – diz Dean.

– É, podemos chamar assim. – diz Sam.

Em seguida Jane coloca mais arquivos na mesa e abre um deles, se senta e o lê.

– Doações à São Barnabé, 1862. Recebido... Gancho de prata da penitenciária estadual. – começa ela. Sam e Dean ecutam atentos. - Eles o derreteram e o transformaram em outra coisa.

Eles se olham surpresos.

...

Casa do Reverendo.

– Certo, não podemos arriscar, qualquer coisa de prata vai para o fogo. – diz Dean.

– Certo. Ste ainda está no hospital com o pai... Teremos que invadir. – diz Sam.

– Tudo bem, escolham. – diz Jane à eles.

– Eu fico com a casa. – diz Sam.

– Tudo bem. –diz ela. Sam vai em direção a porta da entrada.

– Ei! Fique longe da gaveta de calcinhas dela. – diz Dean ao irmão. Sam revira os olhos. Em seguida este vai até a casa e pega tudo que há de prata. Ele vai até o porão e entrega tudo a Jane e Dean que tacam na lareira acesa.

– Peguei tudo que se parecia com prata. – diz Sam.

– Ótimo. Depois nós nos desculpamos. – diz Dean. De repente os três ouvem passos no andar de cima, pó do teto caem.

– Vamos. – diz Dean. Os três sobem. Sentada em um dos bancos da igreja, está Ste. Dean faz um aceno de cabeça para que Sam vá falar com ela. Em seguida Dean puxa Jane consigo para o porão novamente. Esta dá um último olhar para Sam que também a olha parado.

– Vai. – sussurra ela para ele e a porta se fecha atrás dela. Em seguida Sam vai até o banco e se senta ao lado de Ste que chora

– Ste. – diz Sam a ela. Ste se vira rapidamente para ele, assustada.

– O que está fazendo aqui? – ela pergunta.

– O que aconteceu? – pergunta Sam.

– Eu tenho tentado entender o que está acontecendo. O porquê disso tudo. – ela começa a explicar. – Agora eu sei... Então estou rezando por perdão.

– Perdão pelo que? – pergunta Sam.

– Não percebe? Eu sou culpada por isso tudo. – responde Ste. – Eu li na Bíblia sobre anjos vingadores.

– Acredite em mim... Esse cara, não é um anjo. – diz Sam à ela.

– Eu estava tão brava com o meu pai... Me fez querer que ele fosse punido. – continua Ste. – Então ele veio e o puniu.

– Não é sua culpa. – diz Sam.

– É sim, não sei como, mas é. – diz Ste. – Eu matei o Johnny e a Mandy também. E ele quase matou o meu pai.

Jacob aparece e desaparece em seguida no final do corredor da igreja. Eles nem percebem.

– Ste... – começa Sam.

– Agora eu entendo. Ele não merecia ser punido... Eu mereço. – diz ela. De repente eles ouvem um barulho alto. Sam pega na mão da garota e eles se levantam do banco, as velas da igreja se apagam.

– Venha. – diz Sam. – Temos que sair daqui.

Os dois vão em direção à porta do porão. Quando Sam a abre o Jacob aparece os ataca com o seu gancho. Sam a fecha e o espírito acerta a madeira.

– Vamos! Vamos! – grita Sam pegando na mão de Ste novamente e começando a correr na outra direção. Os dois entram em uma sala da igreja e o espírito ataca novamente quebrando o vidro da porta. O Homem-Gancho começa a atacar Sam, que se desvia dos golpes. Ste grita assustada correndo para o outro canto da sala. O espírito aparece atrás dela e levanta o gancho para atacá-la.

– Não! – grita Sam e a empurra. O gancho faz um corte grande no braço de Sam que grita de dor. – Você está bem?

O espírito aparece do lado deles e pega Sam o jogando para uma das paredes. Este bate suas costas com força e cai de barriga no chão. Em seguida Jacob vai até Ste que cai e começa a rastejar de costas para se salvar. Sam começa a se levantar quando o espírito levanta seu gancho para atacar a garota novamente.

– Sam! Deite-se. – grita Jane no final do corredor e aponta uma arma para o espírito e atira. Em seguida o espírito desaparece. Dean aparece um tempo depois.

– Como você corre rápido. – diz ele ofegante à Jane.

– Achei que tínhamos derretido toda a prata. – diz ela à Sam.

– Eu também. – responde Sam.

– Então porque ele ainda está aqui? – pergunta Dean.

– Talvez, nos esquecemos de algo. – diz Jane olhando em volta. De repente Jane olha para o pescoço de Ste. Esta segura um colar nas mãos. – Onde conseguiu essa corrente?

– Meu pai me deu. – responde Ste à ela. – Ele disse que era da igreja. Ganhei quando eu entrei na faculdade.

– É de prata? – pergunta Jane.

– Sim. – responde ela. Jane corre até a garota e arranca o colar de seu pescoço. De repente a parede do quarto começa a ser arranhada. Eles olham assustados.

– Ei! – diz Dean à Sam que o olha. Dean lhe entrega uma arma e balas. Em seguida sai correndo da sala. Sam atira nos riscos da parede. Silêncio. Ste olha assustada para Sam que põe mais balas em sua arma. Dean vai até o porão da igreja e joga o colar de Ste no fogo da lareira. O espírito se aproxima de Sam, Jane e Ste.

Quando Sam vai atirar, o espírito joga a arma longe. Jane se põe na frente deles. O espírito levanta o gancho para atacá-la.

– Não! – grita Sam. O Homem-Gancho abaixa o braço com tudo para atacar Jane, mas o gancho para a um centímetro da cabeça dela. Em seguida o gancho começa a derreter como o colar na lareira. Em seguida o espírito começa a queimar. Dean corre e se junta a eles. Sam põe a mão em seu machucado, com dor. Ste continua olhando na direção em que estava o espírito. Jane abre os olhos lentamente, aliviada.

...

No dia seguinte de manhã, policiais e ambulâncias se encontram na frente da igreja.

– E você viu também? O homem com o gancho? – pergunta um dos policias à Dean.

– Sim, eu te contei. Nós todos o vimos. – responde ele. – Lutamos com ele e ele fugiu.

– E foi só isso? – pergunta o policial.

– Sim... Foi só isso. – responde Dean.

– Escute, você e seus irmãos... – começa o policial.

– Não se preocupe, estamos saindo da cidade. – avisa Dean à ele e se afasta na direção do Impala, onde Jane está encostada.

Ste vai até Sam em uma ambulância que está sendo cuidado por causa de seu ferimento.

– Você ficará bem? – pergunta ela.

– Sim. – responde Sam. Dean entra no carro e vê os dois juntos pelo retrovisor.

– Eu ainda não sei o que aconteceu, mas eu sei que você salvou a minha vida. – continua Ste. – E a do meu pai também... Obrigada.

Os dois ficam se olhando por um tempo. Dean continua olhando pelo retrovisor. Sam e Ste se despedem apenas com um sorriso. Em seguida este vai na direção do carro. Dean para de olhar pelo retrovisor e olha para frente. Sam entra. Dean o olha.

– Nós poderíamos ficar. – diz ele ao irmão. Sam olha pelo retrovisor do teto para Jane no banco de trás que olha pela janela com uma expressão vazia. Em seguida ele se vira para Dean e faz que não com a cabeça.

– Tudo bem. – diz o mais velho e liga o carro, em seguida eles partem pela estrada.

Fim do episódio Supernatural S01E07 Homem-Gancho

Supernatural S01E06 Pele

St. Louis, MO...

Em uma casa, uma mulher está amarrada a uma cadeira dentro de um dos quartos, ela está toda ensangüentada, machucada, sua boca está tapada com um pano, ela quer gritar, mas não consegue. Um homem está a sua frente com uma faca na mão, não se vê seu rosto. No jardim há vários policiais que tentam entra na casa.

– Estamos nos aproximando da casa. Câmbio. – diz um policial em um walk-talk.

– Positivo. – responde alguém no walk-talk. Em seguida um dos policiais atira na tranca da porta da frente e ela se abre. O homem com a garota lá dentro se assusta. Os policiais entram na casa, eles vêem sangue nas paredes. Depois de alguns segundos eles entram no quarto em que a vítima está.

– Comando, achamos a vítima. – diz um policial. – Ela está viva.

A garota começa a chorar.

– Está tudo bem. – diz o policial à ela. Eles começam a desamarrá-la. Ela faz um aceno com a mão para fora do quarto, os policiais olham e saem silenciosamente com suas armas.

– Vamos. – diz um policial aos outros. Eles saem à procura do torturador, este está tentando pular pela janela até o andar de baixo, mas os policias o encontram.

– Parado aí! Não se mexa e largue a faca. – diz um dos policiais. – Coloque as mãos onde podemos ver. Largue a faca!

O torturador se vira lentamente para os policiais.

– Não se mexa! Fique perto da porta! – continua o policial. Mas o torturador continua se virando. Eles vêem seu rosto.

– Agora! Vamos! – grita o policial à ele. Dean Winchester olha para os policiais com um sorriso maligno.

...

Uma semana antes...

Dean, Sam e Jane param em um posto de gasolina no meio da estrada.

– Eu acho que não temos muito o que fazer a não ser almoçar e ir para o sul. – diz Dean à eles.

Jane e Sam nem prestam atenção. Este último olha algo em seu celular.

– O Sam está usando calçinha. – diz Dean para chamar a atenção.

– Não enche. – diz Sam. – Estou ocupado.

– Ocupado com o que? – pergunta Dean.

– Lendo e-mails. – responde Sam. Dean sai do carro.

– E-mails de quem? – pergunta Dean.

– De meus amigos em Stanford. – responde Sam.

– Está brincando? Voce ainda fala com os seus coleguinhas? – zomba Dean enquanto abastece o carro.

– Porque não? – pergunta Sam.

– Bom... O que diz a eles? – pergunta Dean. - Você diz onde está? O que está fazendo?

– Digo que estou viajando com o meu irmão, que preciso de um tempo depois da morte de Jessica. – responde Sam.

– Então... Basicamente você mente para eles. – diz Dean.

– Não! – diz Sam. – Eu só não conto a verdade.

– É, isso se chama mentir. – diz Dean. Sam olha estranho para o irmão. – Ei! Eu não estou mandando voce dizer a verdade.

– E o que devo fazer? Cortá-los da minha vida? – pergunta Sam. Dean meio que concorda com a cabeça.

– Está falando sério? – pergunta Sam chocado.

– Eu sei, é uma merda, mas com esse trabalho, voce não pode ser próximo das pessoas. – comenta ele.

– Voce é meio anti-social sabia? – diz Sam a ele e volta a ver seus e-mails.

– Tanto faz. – responde Dean.

– Eu tenho que ir ao banheiro, não vou demorar muito. – diz Jane saindo do carro. Dean e Sam a olham preocupados.

– Tudo bem. – diz Dean à ela.

Em seguida ela se afasta e vai até o banheiro que está vazio, olha para o espelho.

– O que eu estou fazendo? – pergunta para si mesma. – O que eu estou fazendo?

Jane bate com raiva na pia em que se apoia e ela se espatifa no chão.

– Deus. – sussurra ela. – Qual é o meu problema?

Dean e Sam a vêem saindo do banheiro. Jane vê que os dois estão com uma expressão preocupada.

– O que foi? – pergunta ela.

– O Sam recebeu um e-mail de uma amiga, mas não quis me contar até voce chegar. – responde Dean. Jane olha para Sam que olha para seu celular novamente.

– Essa minha amiga Claudia... – começa Sam.

– Ela é gostosa? – pergunta Dean ao irmão. Sam revira os olhos.

– Eu tinha aulas com ela e com o irmão Eduardo. Claudia está me dizendo no e-mail que seu irmão, está sendo acusado de assassinato. – continua Sam. – Ele foi preso por matar a namorada. Claudia diz que seu irmão nunca faria isso. Mas parece que os policiais têm certeza do caso.

– Cara, com que tipo de pessoa voce anda? – zomba Dean.

– Eu conheço o Eduardo. Ele não faria isso. – diz Sam.

– Talvez voce conheça o Eduardo tão bem quanto ele te conhece. – diz Dean.

– Cala a boca. – manda Sam nervoso. – Temos que ir para St. Louis.

– Olha, eu sinto pelo seu amigo. – diz Dean – Mas, isso não parece nosso tipo de problema.

– É sim um problema nosso. – diz Sam. – É um amigo meu.

– St. Louis está a quilômetros atrás de nós, Sam. – diz Dean à ele. O irmão o olha sem paciência. - Ta bom!

Em seguida eles partem. Chegando lá, eles vão direto para a casa de Claudia. Esta abre a porta e vê Sam que lhe da um sorriso.

– Meu Deus! Sam! – diz Claudia com um sorriso.

– Olha só a pequena Clau. – diz Sam a ela.

– Sabia que você ia vir com essa porcaria de Clau. – diz Claudia com um sorriso para Sam e em seguida o abraça.

– Recebi seu e-mail. – diz Sam à ela

– Não imaginei que viria. – diz Claudia à ele.

– Oi. Sou Dean, irmão mais velho dele. – se apresenta Dean se sentindo excluído.

– Oi. – diz Claudia apertando sua mão. Em seguida ela olha para Jane.

– Jane. – se apresenta ela também apertando a mão de Claudia.

– Estamos aqui para ajudar. – diz Sam. - O que podemos fazer?

– Entrem. – diz Claudia a eles.

– Bela casa. – diz Dean olhando ao redor.

– É dos meus pais. – comenta Clau. – Eu decidi ficar e cuidar da casa, pelo menos até o Edu sair da prisão.

– Onde estão seus parentes? – pergunta Jane.

– Eles vivem em Paris há quase um ano. – responde Clau. – Eles estão vindo para cá, por causa do julgamento. Voces querem cerveja?

– Claro! – responde Dean.

– Não, obrigado. – responde Sam ao mesmo tempo. Dean e Sam se olham nervosos. – Então... Nos diga o que houve.

– Bem... O Edu chegou em casa e encontrou Emily presa na cadeira. – começa Clau. – Ela estava com machucados, sangrava e não estava respirando, então... Ele ligou para a emergência e a polícia apareceu. E eles o prenderam. Mas o único jeito de ele ter feito isso, é estando em dois lugares ao mesmo tempo. A policia tem uma fita. É da câmera de segurança da rua. A fita mostra o Edu chegando em casa as 22h e 30min. Emily foi morta logo após isso. Mas eu juro que ele ficou aqui em casa comigo até mais de meia-noite.

– Talvez poçamos visitar a cena do crime. – diz Sam.

– Por quê? O que podem fazer? – pergunta Clau à ele.

– Eu, não muita coisa. – responde Sam. – Mas o Dean é um tira.

Dean é pego de surpresa. Claudia com esperança olha para ele que lhe da um sorriso rápido.

– Detetive, na verdade. – diz Dean.

– Sério? – pergunta Clau. Dean confirma com a cabeça. – Onde?

– No Arizona. – ele responde. – Estou meio que de férias agora.

– É legal vocês se oferecerem para ajudar, mas eu não sei... – diz Clau.

– Olha... Temos que achar um jeito de provar que não foi o Eduardo que a matou – diz Jane a ela. – Nos deixe pelo menos tentar.

Claudia olha para os três.

– Está bem. – ela responde. – Eu vou pegar as chaves.

Claudia se retira da cozinha e vai até seu quarto.

– É... Você não mente para os seus amigos. – diz Dean ironicamente à Sam.

– Olha... Eles precisam... – começa Sam.

– Eu só não acho que seja nosso tipo de problema. – interrompe Dean.

– Dois lugares ao mesmo tempo? – pergunta Sam. – Tem certeza que não é nosso tipo de problema?

Um tempo depois os quatro já estão em frente a casa de Eduardo. Eles saem do carro.

– Tem certeza que não tem problema? – pergunta Clau.

– Claro, eu sou um homem da lei. – mente Dean com um sorriso à ela.

Eles se aproximam da casa que está rodeada por fitas amarelas que avisam para não ultrapassarem. Eles passam por baixo delas e entram. A casa está cheia de sangue. Clau olha apavorada da porta.

– Clau, voce quer esperar lá fora? – pergunta Sam a ela. A moça diz que não com a cabeça e entra.

– Eu quero ajudar. – diz ela.

– Conte o que os policiais disseram. – pede Jane à ela.

– Bem... Não há sinal de arrombamento. Eles disseram que Emily deixou que ele a atacasse. E até os advogados pensam que não há como ajudá-lo.

Clau começa a chorar.

– Se o Edu não fez isso, quer dizer que outra pessoa fez. – diz Sam. – Faz alguma idéia de quem?

– Tinha alguma coisa... Uma semana antes, alguém arrombou a casa. – diz Clau à eles. – Roubou algumas roupas do Edu. A policia acha que não é nada. Moramos perto do centro da cidade. Algumas vezes as pessoas são roubadas.

Dean vai até a janela e a abre, na casa ao lado um cachorro está olhando para a direção dele e latindo forte.

– Ele costumava ser muito manso. – diz Clau se aproximando de Dean.

– O que aconteceu? – pergunta ele.

– Ele apenas mudou. – responde ela.

– Você sabe quando? – continua Dean.

– Acho que depois do assassinato. – responde Clau. Dean concorda com a cabeça e sai da janela para continuar a procurar algo pela casa.

Sam olha uma foto dele com Eduardo e Claudia pendurada na geladeira.

– Então... O cachorro do vizinho ficou assim logo após o assassinato. – comenta Dean se aprossimando do irmão.

– Animais têm uma sensibilidade maior à paranormalidade. – comenta Jane.

– Talvez sexto sentido ou algo assim. – concorda Dean.

– Talvez seja nosso tipo de problema. – diz Sam olhando Dean.

– Provavelmente não. – responde ele. – Mas devíamos dar uma olhada na fita de segurança, só para ter certeza.

Eles se reúnem com Clau novamente.

– Então, quanto à fita de segurança... – diz Dean à ela. – Seria bom se voce a pegasse com os advogados.

– Eu já peguei. – diz Clau. – Eu não sei se é bom dizer isso na frente de um tira, mas eu peguei a fita na mesa do advogado. Eu precisava ver por mim mesma.

– Certo... – diz Dean lhe dando um sorriso.

...

Não muito longe dali, Eduardo se encontra na frente de um prédio comercial de onde saem um casal pouco tempo depois.

– Porque é o melhor. – diz o homem para sua namorada.

– Eu sei, por isso quero que você diga não. – diz ela. O homem sorri e eles se beijam.

– Você só não consegue ficar longe de mim. – diz ele.

– Esteja em casa hoje, eu vou te recompensar. – ela diz. Em seguida o homem entra em um carro e parte, a mulher lhe manda um beijo. Eduardo analisa o carro partindo e olha para a mulher entrando no prédio. Ele da um sorriso maligno para ela e seus olhos mudam para um branco flamejante.

...

Na casa de Claudia, os quatro assitem a fita.

– Aí vem ele. – diz Clau vendo seu irmão. Este atravessa a rua em direção à sua casa.

– 22h04min, isso é logo após as 22h00min. – diz Dean olhando o tempo no canto da televisão. – Você disse que a morte foi lá para as 22h30min.

– O advogado contratou um especialista. Ele disse que o tempo não está certo, mas eu não acredito nisso. – comenta Clau. Em seguida uma câmera na rua pega bem o rosto de Eduardo. Jane muda de expressão.

– Claudia, se não for pedir muito, que tal aquelas cervejas agora? – pede Jane.

– Claro. – diz Clau com um sorriso pra ela, em seguida se levanta e vai até a cozinha.

– E uns sanduiches também. – diz Sam brincando.

– O que acham que é aqui? Uma lanchonete? – pergunta ela.

– Quem me dera. – sussurra Dean para si mesmo e se vira para Jane junto com Sam. – O que foi?

– Dêem uma olhada nisso. – diz eala pegando o controle remoto do sofá. Jane passa lentamente a parte que passa Eduardo na tela. Eles conseguem ver o olho branco flamejante.

– Talvez seja um reflexo da câmera. – diz Dean à ela.

– Não parece nenhum tipo de reflexo que eu já vi. – diz Jane. – Dizem que uma foto pode mostrar a alma de alguém. Talvez o cachorro tenha visto isso e ficou assustado. Talvez seja um tipo de lado negro do Eduardo. Parece com ele, mas não é.

– Como um Double Ganger. – diz Dean.

– É, explicaria ele estar em dois lugares ao mesmo tempo. – diz Sam.

...

À noite, na casa do mesmo casal que Eduardo estava analisando, o homem entra na casa.

– Querida, sou eu. – diz ele. Ela não responde. – O cliente cancelou na última hora. Eu liguei, porque não atendeu?

Continua sem resposta.

– Lindsy? – diz o homem começando a ficar preocupado. – Lindsy?

O homem se vira e vê uma marca de mão ensangüentada na parede.

– Lindsy! – ele grita pela casa. Ele entra em um dos quartos e a encontra amarrada na cadeira, toda ensangüentada e machucada. Ela chora.

– Tudo bem, amor. Sou eu. – diz o homem tirando o pano de sua boca.

– Não olhe mais para mim. – ela diz. – Me deixe em paz.

O homem sem entender sai do quarto silenciosamente à procura do ladrão. Ele olha pela casa toda até que na sala, o ladrão sai de trás de uma das paredes, o homem se vira para vê-lo e se assusta, os dois são iguais, um é a cópia do outro. A cópia dá uma paulada na cabeça do verdadeiro que desmaia.

...

No dia seguinte, Dean , Sam e Jane vão a casa de Eduardo novamente.

– Certo, o que estamos fazendo aqui às cinco e meia da manhã? – pergunta Dean à eles.

– Eu percebi uma coisa. – responde Sam. – A fita mostra Eduardo entrando na casa, mas não saindo.

– Então ele saiu pelos fundos. – diz Dean tomando um café mal humorado.

– Isso, então deve ter um rastro para seguirmos. – diz Sam andando até a casa, Jane o segue. – A policia nunca perceberia.

– Se a criatura nunca saiu, deve ter encontrado com Eduardo lá dentro. – diz Dean. Sam não responde, continua procurando um rastro. – Só não sei o que estamos fazendo aqui às cinco e meia da manhã.

De repente Jane vê marcas de sangue em um poste de luz.

– Sangue. – ela diz. Sam se aproxima e vê a marca, em seguida olha para Dean. – Alguém passou por aqui.

– Talvez o rastro tenha acabado, não vejo mais nada aqui. – diz Dean. De repente Jane olha na direção do final da rua ao lado deles.

– Jane? – chama Sam.

– Uma ambulância. Teve outra vítima. – diz ela. Sam e Dean seguem seu olhar. De repente uma ambulância vira a esquina apressadamente e passa por eles. Os irmãos a olham com as sobrancelhas arregaladas. – Temos trabalho a fazer.

Minutos depois os três se encontram na frente da em que a ambulância parou. Policiais estão rodeando- a com fitas amarelas.

– O que houve? – pergunta Jane à uma jovem de sua idade.

– Um rapaz tentou matar a namorada. – diz ela. – Amarrou e bateu nela.

– Sério? – pergunta Dean. A jovem confirma com a cabeça.

– Eu o encontrava de manhã indo trabalhar. Parecia ser um cara legal. – continua ela. Os três olham em direção à casa, o namorado de Lindsy é retirado de lá, preso com um olhar triste e apreensivo.

Atrás da casa, Sam começa a procurar por pistas, mas não acha nada.

– Ei... Sabe quando eu disse que esse não era nosso tipo de problema? – pergunta Dean. – Eu estava errado. Esse é o nosso tipo de problema.

– O que descobriu? – pergunta Jane.

– Eu estava falando com um jornalista... O rapaz estava voltando de uma viagem de negócios quando a mulher foi atacada.

– Estava em dois lugares ao mesmo tempo. – diz Sam.

– Exatamente. – confirma Dean. – Aí ele vê a si mesmo na casa e a policia pensa que enlouqueceu.

– Dois lados negros atacam as amantes da mesma maneira. – diz Jane.

– Pode ser a mesma pessoa. – diz Dean.

– Um metamorfo? Algo que pudesse se parecer com qualquer coisa? – pergunta Sam. Dean e Jane confirmam com a cabeça.

– Toda cultura do mundo tem sua história sobre metamorfos. – diz Dean. – Lendas de criaturas que podem se tranformar em outros homens e animais.

– É, como Trocadores de Pele e Lobisomens. – diz Jane.

– Temos dois ataques idênticos. – diz Dean. – Acho que temos um metamorfo na vizinhança.

– Nessas lendas de metamorfos. – diz Sam. – Alguma delas diz que eles podem voar?

– Não que eu saiba. – diz Dean.

– No que está pensando? – pergunta Jane à ele.

– Eu vi um rastro aqui. – responde Sam. – Alguém saiu da casa e veio por aqui.

– Como na casa do seu amigo. – diz Dean.

– É, e como lá, o rastro simplesmente acaba. – diz Sam. – O que quer que seja, simplesmente desaparece.

Jane olha por tudo.

–Existe outro caminho. – diz ela olhando para o chão. Sam e dean seguem seu olhar. – Descendo.

Jane se aproxima da tampa de esgoto no chão e a abre. Segundos depois, os três já se encontram lá em baixo.

– Aposto que passa pela casa do Eduardo também. – diz Sam.

– O metamorfo pode ter usado o esgoto para fugir. – diz Jane.

– Com certeza. – diz Dean. – Olhem isso.

Dean mostra uma gosma no chão, pega uma faca e colhe uma amostra. Sam faz cara de nojo.

– Isso é das vítimas dele? – pergunta Sam.

– É nojento só de pensar. – diz Dean. – Quando o transformador muda de forma, ele troca de pele também.

– É nojento. – diz Sam. Em seguida, eles saem do esgoto e vão até o carro.

– Uma coisa que eu aprendi com o papai, sobre como lidar com metamorfos. – diz Dean pegando uma arma no porta-malas. – Só há um jeito de matá-lo.

– Bala de prata no coração. – completa Jane. Dean concorda com ela.

– Isso mesmo. – ele diz. Em seguida o celular de Sam toca.

– Alô? – ele atende.

– Onde você está? – pergunta Clau do outro lado da linha.

– Perto da casa do Edu procurando por pistas. – responde Sam.

– Olha Sam, pode parar porque eu não preciso mais da sua ajuda. – diz Clau á ele.

– Do que está falando? – pergunta Sam.

– Eu disse aos advogados que fomos à cena do crime. – diz ela.

– Porque fez isso? – pergunta Sam.

– Eu disse que estávamos com um policial. – responde Clau. – Eles pesquisaram e verificaram que não há nenhum detetive Dean Winchester.

– Clau... – tenta explicar Sam.

– Não entendo porque você mentiria para mim. – interrompe ela.

– Estamos tentando ajudar. – diz Sam.

– Ajudar?! – diz Clau. – Sabia que aquilo era uma cena do crime? Que poderia arruinar as chances do Edu?

– Clau, me desculpa. – pede Sam.

– Adeus Sam! – ela responde e desliga o telefone em seguida.

– Eu não queria dizer, mas é exatamente disso que eu estava falando. – diz Dean à Sam. – Você mente para seus amigos porque se descobrissem a verdade, iam enlouquecer. Só estou falando que seria mais fácil se...

– Se eu fosse como você. – completa Sam.

– Cara, você tem que saber que a gente não é como as outras pessoas. – diz Dean. – Mas vou dizer uma coisa, pegue isso...

Dean entrega uma arma para o irmão.

– E use sem pensar. – Dean continua. Sam pega a arma da mão dele e a põe atrás, dentro de sua calça, com isso um pouco de sua cueca aparece. Jane olha, mas tira o olho rapidamente. Os três entram no esgoto novamente. Com lanternas começam a procurar por mais vestígios. Procuram por vários corredores.

– Acho que estamos próximo dele. – diz Jane. - Tem mais gosma aqui.

– E mais um pouco ali. – diz Sam iluminando com sua lanterna um espaço mais a frente.

– Quem sabe quantos mais têm por aí? – pergunta Dean. Em seguida, Sam se vira, iluminando o corredor atrás do irmão e vê o metamorfo.

– Dean! – grita Sam. Imediatamente o metamorfo dá um soco no mais velho e ele cai batendo nos canos ao lado. Sam atira duas vezes, mas não acerta e o metamorfo foge. Sam e Jane ajudam Dean a se levantar.

– Peguem esse filho da puta! – grita ele aos dois com a mão no ombro machucado. Jane e Sam saem à procura do metamorfo. Dean faz cara de dor, mas os segue logo em seguida. Os três saem do esgoto o olham ao redor, pelas ruas.

– É melhor nos separarmos. – diz Sam.

– Certo, eu vou para aquele lado. – diz Dean apontando para a esquerda. – Voce e Jane vão para a direita.

– Porque não nos separamos os três? É mais rápido. – diz Jane.

– Nem pensar. – diz Sam à ela. – Você vem comigo e não desgruda um dedo sequer de mim.

– Mas... – começa ela.

– Vamos. – interrompe Sam, pegando-a pela mão e a puxando.

Em seguida eles se separam. Todos se assustam quando Dean passa com uma arma na mão.

– Sam. – diz Jane parando na frente dele na rua. – Sei que está preocupado que eu faça alguma besteira, mas tem que confiar em mim. É mais fácil e mais rápido se nos separarmos também.

– Eu não sei. – diz Sam a olhando.

– Sam... – começa Jane.

– Está bem. – diz ele finalmente. – Vai.

Jane lhe da um sorriso rápido e começa a correr na outra direção.

...

Um tempo depois, os três se encontram novamente perto do esgoto em que saíram.

– Alguma coisa? – pergunta Dean.

– Não, ele sumiu. – responde Sam. Jane concorda com a cabeça.

– Bom... Vamos pro carro. – diz Dean, eles atravessam a rua, a luz de uma caminhonete que passa o ilumina e seus olhos mudam para um branco flamejante.

– Será que ele achou outro caminho subterrâneo? – pergunta Sam enquanto eles se aproximam do Impala.

– É provável. – diz Jane parando e se recostando no carro.

– Está com a chave? – pergunta Dean olhando o irmão.

– Estou. – responde Sam a pegando em seu bolso do casaco. - Pega

Dean pega a chave no ar e abre o porta-malas. Ali ele vê todos os tipos de instrumentos para se matar diferentes criaturas. Ele da um sorriso. Jane o olha seriamente e em seguida pega a arma de Sam em sua calça a apontando para Dean.

– Onde ele está? – pergunta Jane nervosa.

– Que isso? – diz Dean. – Sou eu.

– Não, não é não. – diz Jane.

– Jane! O que está fazendo? – pergunta Sam, surpreso.

– Cadê o Dean?! – repete Jane.

– Você está querendo atirar nele. – responde Dean a ela. – Relaxa.

– Jane, calma... É o Dean. – diz Sam.

– Ele pegou a chave com a esquerda. – comenta Jane. – Ele machucou esse braço lá em baixo, lembra?

Sam olha para o irmão.

– Já melhorou. – diz Dean. – O que eu deveria fazer? Chorar? Não me diga que vai acreditar nela. Vocês são loucos.

– Você não é ele. – diz Jane. Dean começa a se aproximar dela. Jane da uns passos para trás.

– Então atira. – diz Dean a ela. Jane não se move. – Porque você não atira?... Porque não tem certeza.

– Não. – diz Jane. De repente Dean pega um cano dentro do porta-malas e se vira para golpear Jane. Esta consegue deter o cano com as mãos, mas acaba levando um soco e cai desacordada. Sam parte para cima do irmão, mas este lhe golpeia com o cano na cara. O metamorfo os olha no chão com um sorriso.

...

Um tempo depois, Sam acorda amarrado em uma coluna de ferro dentro de uma sala escura, iluminada apenas por algumas velas. O metamorfo ainda com a forma de Dean vem até ele com algumas cordas no braço, o olha e lhe dá um soco. Sam geme de dor.

– Onde eles estão? – pergunta Sam. O metamorfo põem as cordas em uma mochila e o olha.

– Não se preoucupe com eles. – diz ele. – Se preocupe com você.

– Onde eles estão? – pergunta Sam nervoso.

– Não vai gostar de saber. – responde o metamorfo com um sorriso. – Eu juro, quanto mais eu conheço você e sua família... E eu achava que tinha sangue ruim.

– O que quer dizer? – pergunta Sam. O metamorfo o olha e em seguida começa a ter uma forte dor de cabeça.

– Ele tem mágua de você. – diz ele se aproximando. – Você foi para a faculdade e ele teve que ficar... Quero dizer, eu tive que ficar... Em casa com o pai. Você acha que eu não tinha sonhos? Nosso pai precisava de mim. E onde estava você?

– Onde eles estão? – repete Sam.

– Já disse... Não vai querer saber. – repete o metamorfo também. – E lá no fundo... Eu tenho inveja... Você tem amigos, tem uma vida... E eu? Eu sou um pirado. Cedo ou tarde as pessoas se mandam.

– Está falando do que? – pergunta Sam.

– Você se mandou. – responde ele. – Eu fiz tudo o que o papai pediu e ele também se mandou, sem explicação, só... Foi. Me largou sozinho.

Em seguida o metamorfo se levanta com um grande saco marrom nas mãos.

– Mas essa vida. – continua ele. – Tem momentos legais... Eu conheço gente legal, maninho. A Clau por exemplo... O Dean vai transar com ela se tiver chance.

Sam lhe da um olhar cortante.

– Aí a gente vê o que rola. – diz o metamorfo e o cobre com o saco.

...

Batidas são dadas na porta de Clau. Esta a abre vendo Dean.

– Oi. – diz ela com uma expressão indiferente.

– Já sei o que vai dizer. – diz ele.

– Sabe mesmo? – pergunta Clau.

– Não exatamente. – ele brinca. – Mas imagino... Sai da minha frente?

– É por aí. – diz Clau com um sorriso.

– Confesso que mentimos. – diz Dean. – Mas eu vim me explicar. Sam disse para eu não vir, mas... Eu pensei que precisava tentar.

Ele lhe dá um sorriso.

...

No esgoto, Sam faz esforço para tentar se soltar.

– Droga. – diz Sam. Em seguida ele ouve uma tosse. Jane chacoalha a cabeça tirando o saco que cai a sua frente.

– Mas que merda. – diz ela mal humorada.

– Jane? Você está bem? – pergunta Sam.

– Estou. – diz ela tentando se soltar.

– É bom que sejam vocês mesmo. – diz Dean também com a cabeça descoberta. – Não aguento mais aquele maluco.

Sam da uma risada, aliviado.

– Ele foi atrás da Clau com a sua cara. – diz Sam ao irmão.

– Bom... Ele não é estúpido. – diz Dean. – Ele só escolheu o mais bonito.

Sam vira o rosto e o olha nervoso.

...

Na casa de Clau, ela se senta junto com Dean em um sofá de frente com a lareira acesa.

– Está me dizendo que tem uma coisa lá fora que tomou a forma do meu irmão? – pergunta ela. O metamorfo concorda com a cabeça. Clau sorri não acreditando. – E como se chama essa coisa?

– Metamorfo. – responde ele. Clau da um pequeno riso. – É... Eu sei, parece que a gente pirou, mas... E se não? Você mesma disse que o Edu estava em dois lugares ao mesmo tempo. Como isso é possível?

– Está bem, então... Essa coisa, pode parecer com qualquer um? – pergunta Clau.

– É isso aí. – concorda o metamorfo.

– O que que é isso? – pergunta Clau com outro sorriso ainda não acreditando. – Uma aberração genética?

O metamorfo lhe da um sorriso irônico.

– Talvez. – ele responde. – Evolução é mutação... Sabia? Vai ver essa coisa nasceu humana, mas era diferente, horrível e odiado. Então aprendeu a ser como outras pessoas.

Clau lhe da um sorriso e vira para a lareira. Os olhos de Dean mudam para o branco como antes.

...

– Como vamos sair daqui? - pergunta Sam ainda tentando se soltar.

– Eu não sei, essa corda é muita grossa. – diz Dean nervoso.

– Vamos... Vamos. – diz Jane com os olhos fechados.

– O que está tentando fazer? – pergunta Dean a olhando

– Eu não consigo me concentrar. – diz Jane. – Tem que dar certo... Vamos!

De repente as cordas que amarram seus pulsos começam a se soltar lentamente.

– Isso. – diz Jane. – Só mais um pouco.

– O que está acontecendo? – pergunta Sam não conseguindo olhar.

A corda se solta por completo e Jane se levanta indo até eles para ajudar.

– Graças a Deus nós temos você. – diz Dean com um sorriso para ela. Jane o olha por um instante, mas continua desamarrando as cordas.

– Temos que ir. – ela diz em seguida.

– Aquele metamorfo, ele não parecia com você Dean. – diz Sam enquanto eles correm pelos corredores do esgoto. – Ele era você... Ou pelo menos estava se tornando.

– Como assim? – pergunta o irmão.

– Não sei... É como se ele soubesse seus pensamentos e lembranças. – responde Sam.

– Tipo um modelador de mentes? – pergunta Dean.

– É alguma coisa assim. – diz Sam.

– É por isso que ele não mata em quem ele se transforma. – diz Jane. – Para saber seus pensamentos.

– Temos que ir rápido, ele está com a Clau. – diz Sam. Em seguida eles saem do esgoto dando em beco. – Temos que chamar a polícia.

– Não. – diz Jane. – Aí eles virão atrás do Dean e não do metamorfo.

– É verdade. – diz Sam.

– Venham por aqui. – diz ela e eles correm por uma rua deserta.

...

– Engraçado. – diz o metamorfo dando em seguida um gole em sua cerveja. – Até que eu entendo o cara. Ele é muito só. Não tem ninguém. Tudo que ele quer é ser amado... Ele é como eu.

Dean olha para Clau e ela vira o rosto para a lareira.

– Todo mundo precisa de calor humando de vez em quando. – diz ele e acaricia o rosto de Clau. – É difícil ser diferente.

– Tchau, Dean. – diz ela o olhando nervosa. O metamorfo sem desistir começa a sussurra em seu ouvido. – Você é nojento!

Clau se levanta rapidamente do sofá.

– Vai embora daqui agora! – grita ela.

– Cláudia tenha calma. – pede o metamorfo.

– Ficar calma? – pergunta ela nervosa. – Qual é o seu problema?

– Qual é o meu problema? – pergunta o metamorfo ficando nervoso. – Qual é o SEU problema?!

– Eu vou chamar a polícia. – diz Clau correndo até o telefone, metamorfo o taca no chão. Clau berra e se vira para correr, mas o metamorfo lhe passa a perna e ela cai. Ele a vira e ela começa a espernear.

– Me dê sua mão. – manda ele e começa a amarrá-la com o fio do telefone. Clau grita. – Cala a boca.

Ela não se cala e o metamorfo lhe da um tapa na cara. Um tempo depois a leva para o quarto e a amarra em uma cadeira enquanto põe um pano em sua boca. Clau toda ensanguentada, chora.

– Você era uma boa garota, Cláudia. – diz o metamorfo. – Eu gostava de você. Acredite, não é fácil.

Ele pega uma faca bem afiada.

– Mas eu preciso fazer isso. – continua o metamorfo. Ele se aproxima de Clau. De repente uma janela é quebrada. Clau começa a gritar, mas o pano abafa. O metamorfo tampa sua boca. – Fique quieta.

Em seguida ele sai do quarto. Vários policiais invadem a casa. O metamorfo vai para outro quarto e fecha a porta, olha para os lados nervoso. Olha a fresta de baixo da porta, os policiais se aproximam. Ele vai até a janela e a abre.

– Parado! – gritam três policiais entrando no quarto. O metamorfo se vira para eles com as mãos para o alto.

– Largue a faca! – manda um deles. – Largue agora!

Em seguida, o metamorfo atira a faca no policial que é atingido e acaba atirando várias vezes para o alto. Os outros dois policiais são golpeados e acabam desacordados. O metamorfo pula pela janela, caindo no jardim ao lado da casa. Mais policiais tentam acertá-lo com suas armas, mas em vão. Ele foge.

O metamorfo vai até o beco mais próximo e começa a tirar as roupas, se contorce de dor, suas unhas caem junto com seus dentes. Em seguida ele retira a própria pele, deixando de ser Dean.

...

Em uma loja de aparelhos eletrônicos, televisões na vitrine informam a notícia de outra vítima torturada. Um desenho do rosto de Dean é mostrado.

– Olha só. – diz Dean olhando as televisões. – Esse desenho não ficou nada bom.

Jane e Sam olham ao redor com medo que alguém o reconheça.

– Bom o bastante – diz Sam.

– Vamos. Temos que sair daqui. – diz Jane.

– Que saco. – diz Dean e eles vão.

– Disseram tentativa de homicídio, então... – começa Sam.

– Eu não a matei. – interrompe Dean nervoso.

– Eu vou visitar a Clau amanhã, para ver se ela está bem. – diz Sam.

– Ta, mas antes nós vamos achar aquele metamorfo bonitão e acabar com a raça dele. – diz Dean.

– Nós não temos armas. – diz Jane. – Nem balas de prata.

– O cara está andando por aí com o meu rosto, isso é pessoal e eu tenho que encontrá-lo. – diz Dean parando e olhando para eles.

– Ok. – dizem Sam e Jane.

– Onde olhamos? – pergunta Sam.

– Podemos começar pelos esgotos. – diz Jane.

– Como você disse não temos armas. – diz Sam à ela. – Ele roubou todas. Precisamos de mais.

– O carro. – diz Jane de repente. – O metamorfo foi com ele à casa de Cláudia, mas fugiu a pé... Então o carro ainda deve estar lá. Vamos.

Jane recomeça a andar.

– Além de usar o meu rosto ele dirige o meu carro. – diz Dean.

– Esquece isso. – diz Sam.

– É brincadeira. – diz Dean nervoso.

– Esquece, Dean. – diz Sam. – Vamos logo.

Eles correm e chegam à casa.

– Ta alí. – diz Dean com um sorriso avistando o Impala. – Finalmente uma coisa boa.

– Esperem. – diz Jane parando e pondo um braço na frente deles. – Merda... Polícia.

Ela se vira para eles.

– Dean, você tem que ir agora. – diz ela.

– O que? Pra onde? – pergunta Dean.

– Só vai. – diz Jane e o empurra. Dean pula um muro de madeira que dá na rua de trás.

– Dean! – grita Sam.

– O que?! – pergunta Dean nervoso.

– Fica longe dos esgotos! – manda ele.

– Ta. – diz Dean.

– É sério. – diz Sam.

– Já entendi! – grita Dean e se vai.

Em seguida duas viaturas policiais chegam e rodeiam os dois. Sam e Jane põem suas mãos para cima.

...

No dia seguinte de manhã, Dean sai do carro e vai até o porta-malas, pega uma arma com balas de prata e a destrava,

– Sinto muito, Sam... Mas você me conhece... Eu não sei esperar. – diz Dean e em seguida entra no esgoto. Vê peles pelos corredores. Um tempo depois entra na mesma sala em que ele, Sam e Jane foram presos. Olha para todos os lados. De repente vê que há alguém por baixo de um saco, o retira e olha surpreso para a garota amarrada. – Cláudia?

...

– Então o metamorfo existe? – pergunta Cláudia enquanto entrega outra cerveja para Sam sentado ao lado de Jane na sala. Estes concordam com a cabeça. – Vocês são loucos... Mas eu acredito.

Imagens vêem na cabeça de Jane (Cláudia, Olhos brancos flamejantes, Sam e ela amarrados).

– Você está bem? – pergunta Sam vendo a expressão de Jane.

– Estou. – sussurra ela. – Mas...

– Então... – interrompe Clau voltando da cozinha com sua garrafa de cerveja vazia. – Como matamos o metamorfo?

– Bala de prata no coração – responde Sam

– Não sabemos. – responde Jane junto com ele. Os dois se olham.

– Obrigada. – agradece Clau com um sorriso e em seguida bate na cabeça de Sam com sua garrafa, a quebrando. Ele cai desacordado do sofá. Jane levanta rapidamente do sofá que é o único móvel que as separa. Os olhos de Clau mudam. – Sua vez.

– Pode vir. – diz Jane a ela e corre para a cozinha, pegando uma faca em cima da pia e apontando para o metamorfo.

– Você não pode me impedir. – diz Clau à ela. – Ninguém nunca impediu, porque uma garotinha como você mudaria alguma coisa?

– Cala a boca. – manda Jane. – Não sou eu que vou sair daqui morta. Tenho coisas para fazer ainda. Você não vai destruir meus planos.

– Que meiga. – diz Clau se aproximando cada vez mais. – O que vai fazer? Me atacar com essa faca? Me poupe.

– Eu mandei calar a boca. – diz Jane e a ataca, mas o metamorfo agarra seu braço e lhe da um soco na barriga. A faca cai de sua mão. Jane põe a mão na região do estômago e tosse forte, sem ar. Em seguida Clau some.

...

No esgoto.

– O que aconteceu? – pergunta Dean desamarrando Clau.

– Eu... Eu ia para casa e tudo ficou branco, alguém me atingiu na cabeça e eu acabei aqui. – diz Clau apavorada. – Quando eu vi ele se transformou em mim... Eu não entendo. Como isso é possível?

– Calma. – diz Dean a ela. – Está tudo bem. Pode andar?

– Sim. – ela responde.

– Beleza, temos que correr... O Sam e a Jane foram te ver.

Em seguida eles saem.

...

Casa da Clau.

Um amontoado de pele se encontra pela sala. O metamorfo agora com a aparência de Dean novamente, prende Sam e Jane pelos pulsos e os deixa no chão.

– O que vai fazer com a gente? – pergunta Sam acordado.

– Eu não vou fazer nada. – responde o metamorfo. – Mas o Dean vai.

– Não vão conseguir pegá-lo. – diz Jane nervosa.

– Tanto faz garota. – diz o metamorfo procurando uma faca bem afiada pelas gavetas da cozinha. – Homicídio de primeiro grau... O próprio irmão e a amiguinha. Vai ser caçado pelo resto da vida.

Em seguida o metamorfo pega uma faca e a olha com um sorriso.

– Eu confesso. – diz ele pegando um drinque. – Vou sentir falta dessa pele. O Dean tem muitas qualidades. Vocês deviam dar mais atenção à ele.

O metamorfo levanta o copo com a bebida.

– Sáude. – diz ele e da um longo gole. Em seguida ele pega a faca e crava na mesa de bilhar ao lado do bar. Jane olha para todos os lados, pensando no que fazer. Em seguida esta dá um chute com as duas pernas no metamorfo, o fazendo cair desprevenido. Sam se ajoelha, corta a corda em seus pulsos com a faca cravada, a pega e ataca o metamorfo que segura seu braço, lhe da um chute e retira a faca de sua mão, o derrubando de volta no chão. – Seu filho da mãe!

Jane se solta da corda e atca o metamorfo por trás, este a derruba de costas no chão, ficando em cima dela.

– Me larga. – manda Jane esperneando.

– Eu vou te matar! – diz o metamorfo nervoso à ela.

Sam pega o metamorfo e lhe da um soco, que se segura na mesa de bilhar. Este se vira e ataca Sam que desvia acertando a criatura no rosto novamente. O metamorfo pega o braço de Sam e o torce para trás, nas costas. Sam se solta e o prende na parede com os braços também.

– Nada mal irmãozinho. – diz o metamorfo.

– Você não é ele. – diz Sam nervoso. Em seguida o metamorfo lhe da um soco, o fazendo se desequilibrar no sofá. Jane se levanta, pega uma faca na gaveta da cozinha e aponta para o metamorfo .

– Pelo que eu sei... Isso aí não pode me matar. – diz ele com um sorriso.

– É, não pode. – concorda Jane e vê Sam que se levanta aos poucos e olha para eles. Este se aproxima devagar, sem barulho. O metamorfo da uma risada.

– Desiste, Sam. – diz ele pegando um cabo de vassoura e se virando enquanto o ataca. Sam se desvia do cabo. – Desde que éramos pequenos... Eu sempre ganhei de você.

– Cala a boca. – manda Sam lhe dando uma cotovelada no rosto. Em seguida o metamorfo pega Sam pelas pernas e o derruba na mesinha de centro na frente do sofá. Sam geme de dor. O metamorfo começa a socá-lo.

– O que eu faço? – pergunta Jane a si mesma. – O que eu faço?!

De repente ela olha para a porta da casa.

– Dean. – diz ela e sai correndo pela rua. Na esquina do quarteirão o vê correndo junto com Cláudia. – Dean!

– Jane! – grita ele e vêm até ela.

– Me dá a arma, agora! – grita Jane. Dean a taca e ela pega no ar, correndo de volta para casa, onde Sam é agora esganado.

– Adeus... Irmãozinho. – diz o metamorfo.

– Ei! – grita Jane apontando a arma para ele. O metamorfo se levanta rapidamente e se afasta. – Idiota.

Em seguida ela atira três vezes em seu peito o fazendo cair em cima de um armário de canto, morto. Dean e Clau entram na casa ás pressas. Sam se apoia nos cotovelos sem ar e vê o metamorfo morto.

– Sam! – grita Clau e vai até ele, o segurando. Dean se aproxima de sua cópia, olha para Sam e retira do pescoço do metamorfo sua corrente.

...

Um tempo depois com Dean põe um mapa em cima do capô do carro e começa a analisá-lo. Sam e Jane com os ferimentos já limpados e cuidados, saem da casa com Clau atrás. Dean os olha.

– Então é isso que vocês fazem. – diz Clau à eles. – Caçam essas coisas.

– É, mais ou menos isso. – diz Sam com um sorriso. Jane vai até Dean no carro

– Não dá para acreditar. – diz Clau. – Quero dizer... Eu vi com os meus olhos, mas... O pessoal da faculdade... Ninguém sabe que faz isto?

– Não. – responde Sam.

– Jessica sabia? – pergunta Clau.

– Não, não sabia. – responde Sam com um olhar triste.

– Deve ser solitário. – diz ela lhe dando um sorriso carinhoso.

– Não... Não. – diz Sam olhando para o irmão e Jane. – Não é tão tuim. E depois que que eu posso fazer?... É de família.

– Sabe... Edu e eu... Todo mundo sente falta de você. – diz Clau lhe dando um abraço apertado.

– É, eu também. – diz Sam também a abraçando.

Clau se afasta e o olha.

– Liga de vez em quando. – pede ela.

–Hum... Ta, mas pode demorar um pouco. – diz Sam.

Clau lhe da um último sorriso, olha para Dean e Jane e lhes da adeus com um aceno de mão. Os dois retribuem com outro aceno. Em seguida Clau entra em casa.

– E o seu amigo Edu? – pergunta Dean vendo Sam se aproximar.

– A polícia pôs a culpa em um tal de Dean Winchester pela morte da Emily. – responde Sam. – Acharam a arma no esconderijo, as roupas do Edu manchadas de sangue... E também estão achando que a fita pode ter sido adulterada.

Dean o olha sério.

– É... A Clau disse que ele vai ser solto logo. – termina Sam e dá um sorriso ao irmão.

– Mas que droga. – diz Dean e entra no carro. Sam olha para Jane do outro lado do carro que dá um sorriso na direção de Dean também. Ele vai até ela.

– Você está bem? – pergunta Sam olhando seus ferimentos.

– Do que está falando? – pergunta Jane com um sorriso à ele. – Isso não é nada. Eu spu dura na queda.

– É, mas foram ferimentos bem feios. – diz Sam se aproximando de seu rosto e passando a mão nos machucados.

Jane o olha, surpresa. Ela abre a porta de trás do Impala.

– Jane. – chama Sam. Ela o olha. – Obrigado.

Jane lhe abre um pequeno sorriso e entra no carro. Sam faz o mesmo e se senta ao lado do irmão. Em seguida, os três pegam a estrada.

– É uma pena. – diz Dean.

– Pena de que? – pergunta Sam.

– Eu queria que as coisas fossem diferentes. – responde Dean. – Que você fosse o... O cara da faculdade.

– Ah... Tá tudo bem. – diz Sam com um sorriso. – A verdade é que... Mesmo em Stanford eu não me adaptava legal.

– É porque você é pirado. – diz Dean.

– A é? – pergunta Sam rindo. – Valeu.

– Eu também sou. – diz Dean. – Quer saber... A verdade é que nós três somos pirados.

Jane tira os olhos da janela e o olha.

– Valeu. – diz ela. Dean lhe dá um sorriso pelo retrovisor. – É por isso que eu estou aqui com vocês... Eu sou uma pirada também.

– Tenho que admitir. – diz Dean. – Vai ser uma pena perder.

– Perder o que? – pergunta Sam.

– Quantas chances você acha que eu vou ter de ir ao meu próprio enterro. – diz o irmão à ele. Sam lhe da um sorriso. Dean acelera o carro e eles partem.

Fim do episódio Supernatural S01E06 Pele.